Exploração do Disabilities Arm, Shoulder and Hand (DASH) através da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e da análise Rasch

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Diante dos avanços na área da saúde e a conseqüente eliminação e controle de muitas doenças agudas, observou-se um aumento de doenças crônicas e/ou incapacitantes. Esta situação se tornou uma das maiores preocupações dos profissionais, usuários e gestores de serviços de saúde e levou a sistematização das práticas clínicas, de modo a facilitar a comunicação entre profissionais, usuários e instituições de saúde. O uso de classificações e instrumentos padronizados evita opiniões subjetivas e tendenciosas. Em 2001, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), com objetivo de proporcionar uma base científica para a compreensão e o estudo da saúde e de condições relacionadas, através de seus determinantes e efeitos. Em 2003, o Disabilities Arm, Shoulder and Hand (DASH), um instrumento usado para medir sintomas e função no membro superior, foi adaptado para o português. No Brasil os profissionais que atuam na área da reabilitação, especialmente os fisioterapeutas que prestam assistência a indivíduos portadores de patologias músculo esqueléticas nos membros superiores, se viram com um duplo desafio: implementar a CIF na clínica e na pesquisa e adotar medidas de estados de saúde compatíveis com o modelo proposto pela classificação. Diante disto, o presente estudo teve como objetivos: (1o) investigar se os itens do DASH podem ser comparados às categorias da CIF; e (2o) avaliar as propriedades psicométricas da versão brasileira do DASH através da metodologia Rasch, e conseqüentemente sua possível recomendação para uso clínico em trabalhadores com Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), assim como descrever o nível de comprometimento funcional destes trabalhadores codificando o resultado pela CIF. Os resultados da investigação são apresentados em dois artigos. O primeiro mostrou que o DASH se adequou ao modelo teórico da CIF e o segundo apontou grande quantidade de itens erráticos na versão em português do DASH, isto é, itens que permitem respostas muito variadas e alguns itens muito fáceis, nos quais as respostas são bastante previsíveis. Isto indica problemas relativos à validade de constructo do instrumento para esta amostra. Levando-se em conta as características da amostra e o alto nível de comprometimento funcional é possível que os itens erráticos apresentem comportamento diferente em outros grupos. Como o DASH se mostrou adequado ao modelo teórico da CIF, sua utilização em serviços de reabilitação de indivíduos com acometimento nos membros superiores pode ser indicada. Para os casos específicos de trabalhadores com LER/DORT os resultados devem ser interpretados com atenção especialmente quanto aos itens erráticos, e o uso do DASH associado a outros instrumentos e medidas pode garantir a melhor qualidade dos achados clínicos.

ASSUNTO(S)

membros superiores doenças classificação teses. psicometria. teses. nosologia teses. sistema musculosqueletico doenças teses. doenças crônicas classificação teses. lesões por esforços repetitivos teses.

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