Frades, artistas, filósofos: o convento de Santa Maria Madalena e a atitude franciscana frente à natureza ontem e hoje.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O trato com a natureza permeou e deu suporte a todas as civilizações, em maior ou menor grau de intensidade, seja pelas representações míticas que ela sustenta , seja pela sua capacidade de prover a espécie e o lugar em suas necessidades básicas de sobrevivência. São Francisco, em plena Idade Média, estabelece uma perspectiva nova nessa relação, estreitando-a, concebendo-a em bases fraternalmente cristãs e, apropriando-se de um termo contemporâneo, ecológicas. Neste contexto, se desenvolveu a arquitetura franciscana que, baseada em pressupostos teológicos e filosóficos estabelecidos desde São Francisco, intentou estabelecer um canal de comunicação com a natureza através de edifícios conventuais permeáveis e disponíveis à integração com o seu envolvente natural. Este trabalho se dispôs a investigar e analisar em quais sentidos e até que ponto esta intenção foi alcançada e materializada no antigo Convento de Santa Maria Madalena, município de Marechal Deodoro/AL. Resultante de novas dinâmicas religiosas e culturais, foi superada sua atuação religiosa quando foram delineadas, a partir dos vários usos dados ao antigo convento, algumas intervenções que provocaram alterações na sua feição original. O prédio, como um todo, sofreu mudanças. Todas significativas, sem dúvida, no que se refere à sua tipologia e ambiência. No entanto, algumas dessas alterações tangenciam a relação do edifício com o espaço natural e o urbano envolvente e constituem rupturas e fragmentações em um diálogo que era travado entre o convento e a paisagem, o convento e o povo do lugar. Atualmente ele exerce uma função museográfica tendo sido instalado no prédio o Museu de Arte Sacra do Estado de Alagoas, o qual abriga valioso acervo artístico e cultural. Considerando essa nova função, coube discutir, também, quais as conseqüências desta relação com a natureza (estabelecida em sua gênese como edifício conventual), para a preservação do acervo (função primordial do edifício museográfico), quando se sabe que os resultados de tal relação são cotidianamente absorvidas pelo patrimônio, constituindo um dado fundamental na sua conservação ou destruição.

ASSUNTO(S)

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