Florestas secundárias e a regeneração natural de clareiras antrópicas na Serra da Cantareira, SP / Secondary forests and the natural regeneration in man-made clearings in the Serra da Cantareira, SP

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/03/2011

RESUMO

Florestas secundárias são constituídas por mosaicos de trechos em diferentes estágios sucessionais. As florestas estão sujeitas a ações antrópicas, diretas ou indiretas, que podem causar sua alteração, degradação ou supressão. Na Serra da Cantareira, houve o corte da floresta para a instalação de torres do novo traçado da Linha de Transmissão Guarulhos-Anhanguera, em julho de 2006, tendo como conseqüência a formação de clareiras de origem antrópica. O tamanho das clareiras variou de 106 m2 a 286 m2, num total de 0,2 ha. No primeiro capítulo, foi realizado o levantamento florístico da vegetação arbórea às margens dos traçados antigo e novo da linha de transmissão e nas picadas de acesso às torres, num total aproximado de 11 km de extensão. Foram identificadas 178 espécies, 54 famílias e 127 gêneros, sendo nove espécies consideradas ameaçadas de extinção. As famílias com maior riqueza de espécies foram Fabaceae (19 espécies), Myrtaceae (18), Lauraceae (16) e Rubiaceae (15). A similaridade florística encontrada com outros remanescentes florestais da Região Metropolitana de São Paulo e arredores variou entre 12% a 38%. No segundo capítulo, foi realizado o levantamento florístico do componente arbustivo-arbóreo nas clareiras antrópicas. Entre janeiro e fevereiro de 2010, foram encontradas 101 espécies, 32 famílias e 59 gêneros. As famílias com maior riqueza de espécies foram Solanaceae (16 espécies), Asteraceae (14), Piperaceae (10), Melastomataceae (8) e Euphorbiaceae (7). No terceiro capítulo, foi caracterizada a estrutura do componente arbustivoarbóreo dessas clareiras antrópicas. O levantamento foi realizado entre janeiro e maio de 2010. O critério de inclusão dos indivíduos foi a altura superior a 1,30 m. Foram amostrados 1.732 indivíduos, pertencentes a 140 espécies e 44 famílias. Destes, 1.336 indivíduos (77,2%) e 83 espécies, originaram-se por sementes, com densidade de 6.680 ind./ha e dominância de 6 m2/ha; e 396 indivíduos (22,8%) e 78 espécies, por brotação, com densidade de 1.980 ind./ha e dominância de 1,2 m2/ha. Para os indivíduos originados por sementes, Croton macrobothrys, Piptocarpha macropoda, Trema micrantha, Solanum mauritianum e Sessea brasiliensis apresentaram os maiores VI, e para aqueles originados por brotação, Cupania oblongifolia, Coffea arabica, Sessea brasiliensis, Croton floribundus e Guarea macrophylla. No componente sementes, as famílias com maior número de indivíduos foram Euphorbiaceae, Asteraceae e Solanaceae, com 73,2%, e no componente brotação, Sapindaceae, Rubiaceae, Meliaceae, Fabaceae e Salicaceae, com 56,6%. O valor de similaridade florística entre os dois componentes foi baixo, próximo de 5%, indicando a existência de dois conjuntos florísticos diferentes. A estrutura das clareiras de origem antrópica apresentou diferenças em relação a clareiras naturais, com a predominância de espécies pioneiras em vez de outros grupos sucessionais. O tamanho das clareiras, o corte da vegetação pré-existente e a idade da regeneração provavelmente influenciaram a composição de espécies encontrada. No capítulo 4, foram verificadas as variações florísticas e estruturais de florestas em diferentes fases sucessionais em trecho do Parque Estadual da Cantareira, onde que há um conjunto de trabalhos realizados, permitindo uma primeira aproximação para a identificação de estágios sucessionais para as florestas do Parque Estadual da Cantareira e seu entorno, contribuindo para aplicação da Resolução CONAMA no 01/1994 nessa região

ASSUNTO(S)

estágios sucessionais floresta ombrofila densa montana componente arbóreo-arbustivo mata atlântica phases of sucession montane dense ombrophilous forest shrubby-arboreal component mata atlântica (brazil)

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