Fina(s) estampa(s): o suporte representacional das Estampas Eucalol na encenação cotidiana brasileira e na memória publicitária nacional: (I Metade do Século XIX - tempo presente)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A cenografia é o Brasil urbano e, de modo mais pontual a cidade do Rio de Janeiro, aqui enfocada, em momentos de reconfigurações fisionômicas que, informadas por uma incipiente Indústria Cultural, pelo menos a partir dos anos 20 do século passado, conferiram à Publicidade um lugar de destaque, ancorado em suportes midiáticos, como o rádio,as revistas,o cinema e o mercado fonográfico. E é em um dos pontos de inflexão deste processo, sublinhadamente marcado por inovações tecnológicas e matrizes da modernidade, que aflora o objeto desta tese-As Estampas Eucalol, artefato cultural então disponível aos consumidores de produtos da Empresa Myrta-sabonete e creme dental. O que aqui se problematiza é, justamente, esse percurso das Estampas Eucalol e sua permanência, não obstante o declínio e fechamento da Empresa. Antes pensadas como excelente estratégia de mercado,cujas condições a tese busca sondar, as Estampas Eucalol, deslizaram do produto, de modo a assegurar,com vida própria, seu lugar na memória de muitos, posto que acionadoras de Imaginários, fonte de inspiração poética, catálogo, referência de qualidade gráfica, motivadoras de colecionismo, enfim, de variadas maneiras inscrevendo-se na fisionomia da cena brasileira em temporalidades múltiplas e propondo perguntas. Este, aliás, um argumento da tese e a justificativa para o vaivém de temporalidades, cujos breves, porém necessários sobrevôos, cobraram flexibilizações no balizamento inicial e desterritorializações. Pensar o objeto, significou inscrevê-lo no âmbito da imprensa e das Artes Gráficas no Brasil, no universo da Publicidade e seus nexos indissociáveis com a nossa História Cultural, buscando contornos de fisionomias esculpidas em quadras históricas e condições que as informaram. Com tal propósito, buscou-se o diálogo com áreas solidárias, enquanto, na construção da base empírica, a natureza do objeto e o desenho pretendido, ditaram o espaço conferido às fontes imagéticas e orais. Nestas articulações e no representacional que indiciam, construiu-se a narrativa, estruturada em cinco capítulos, incluídos nas três grandes Partes que a compõem, além da Introdução e Conclusão. São espaços de mostração de um cotidiano brasileiro, cujas nuances identitárias a tese tematiza, no viés de um artefato cultural e de algumas das reverberações por ele sugeridas, pistas para respostas e horizonte que se abre para tantas outras inquietações.

ASSUNTO(S)

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