Fibrilação Atrial em Insuficiência Cardíaca Descompensada: Fatores Associados e Evolução Hospitalar
AUTOR(ES)
Mendes, Fernanda de Souza Nogueira Sardinha, Atié, Jacob, Garcia, Marcelo Iorio, Gripp, Eliza de Almeida, Sousa, Andréa Silvestre de, Feijó, Luiz Augusto, Xavier, Sergio Salles
FONTE
Arq. Bras. Cardiol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/08/2014
RESUMO
Fundamento: Estudos sobre fibrilação atrial (FA) na insuficiência cardíaca descompensada (ICD) são muito escassos no Brasil. Objetivos: Determinar a prevalência, os tipos e os fatores associados à FA em pacientes hospitalizados por ICD; analisar perfil de risco embólico e taxa de anticoagulação; e avaliar o impacto da FA na mortalidade hospitalar e no tempo de internação. Métodos: Estudo seccional de casos incidentes, retrospectivo, observacional. Analisaram-se 659 internações consecutivas por ICD entre 01/01/2006 a 31/12/2011. Risco embólico foi avaliado pelo acrônimo CHADSVASc. Na análise univariada, foram utilizados o qui-quadrado, teste t de Student ou Mann Whitney. Na análise multivariada, utilizou-se a regressão logística. Resultados: A prevalência de FA foi de 40%, predominando o tipo permanente (73,5%). No modelo multivariado, a FA se associou à idade avançada (p < 0,0001), etiologia não isquêmica (p = 0,02), disfunção ventricular direita (VD) (p = 0,03), menor pressão arterial sistólica (PAS) (p = 0,02), maior fração de ejeção (FE) (p < 0,0001) e aumento atrial esquerdo (AE) (p < 0,0001). A mediana do CHADSVASc foi quatro e 90% tinham escore ≥ 2. A taxa de anticoagulação foi de 52,8% na admissão e 66,8% na alta, sendo menor em escores mais elevados. O grupo com FA apresentou maior mortalidade hospitalar (11,0% versus 8,1%, p = 0,21) e internação mais prolongada (20,5 ± 16 versus 16,3 ± 12, p = 0,001). Conclusões: A FA é frequente na ICD, predominando o tipo permanente. Associa-se com idade avançada, etiologia não isquêmica, disfunção de VD, menor PAS, maior FE e aumento AE. O perfil de risco embólico é elevado e a anticoagulação é subutilizada. A FA está associada a internações mais prolongadas e mortalidade mais elevada.
ASSUNTO(S)
fibrilação atrial insuficiência cardíaca disfunção ventricular esquerda pacientes internados mortalidade hospitalar
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