Farelo de mamona destoxificado na ensilagem de cana-de-açúcar em dietas para ovinos / Detoxified castor bean meal as additive in the sugar cane silage for sheeps

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/05/2011

RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido mediante a condução de dois experimentos, os quais geraram informações que serão apresentadas na forma de quatro capítulos. Ressalta-se, inicialmente, que a cana-de-açúcar utilizada nos experimentos que serão descritos foi ensilada com a adição de farelo de mamona destoxificado em quatro níveis 0, 7, 14 e 21% (com base na matéria natural). No primeiro capítulo, avaliaram-se os efeitos da inclusão de níveis de farelo de mamona destoxificado na composição químico-bromatológica, as características fermentativas e as perdas de MS da silagem de cana-de-açúcar. Foi adotado delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (0, 7, 14 e 21% da matéria natural) de inclusão do farelo de mamona destoxificado, com cinco repetições. Foram usados silos de PVC, com 50 cm de altura e 10 cm de diâmetro para a produção das silagens, que foram abertos após 60 dias. A densidade da ensilagem nos silos foi equivalente a 750 kg de matéria natural/m3. Os silos foram pesados no início e ao final do período experimental para quantificar as perdas por gases e efluente. A inclusão de farelo de mamona elevou os teores de MS e proteína bruta e reduziu os teores de fibra em detergente neutro, N-NH3, etanol e as perdas das silagens, não ocasionando efeito nos valores de pH. A fermentação alcoólica da silagem foi reduzida com a inclusão do aditivo. No segundo capítulo o experimento foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o consumo, o desempenho e a digestibilidade de cordeiros machos da raça Santa Inês alimentados com dietas contendo silagem de cana-de-açúcar ensilada com níveis crescentes de farelo de mamona destoxificado. Foram utilizados 24 ovinos, com peso corporal médio 25,34 kg e em média quatro meses de idade, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram constituídos de quatro níveis de inclusão 0, 7, 14 e 21% do farelo de mamona na ensilagem de cana-de-açúcar. Os consumos de matéria seca (g/dia, % PC e g/PC 0,75), matéria orgânica, proteína bruta, extrato etéreo, nutrientes digestíveis totais, carboidratos totais, energia metabólica e energia digestível, foram influenciados de forma quadrática positiva pelos níveis de inclusão de farelo de mamona. Os consumos de fibra em detergente neutro (g/dia, %PC e g/PC 0,75) e carboidrato não fibroso (g/dia) apresentaram comportamento linear crescente. Apenas o coeficiente de digestibilidade da fibra em detergente neutro apresentou efeito linear crescente, os demais nutrientes apresentaram efeito quadrático positivo, com ponto máximo entre os níveis de 14,87 e 17,87% de inclusão. O ganho médio diário e total apresentou efeito quadrático em função dos níveis de farelo de mamona, com ponto máximo de 241,64 g/dia e 18,12 kg ao nível de 16,19% de inclusão. A conversão alimentar apresentou resposta quadrática com a inclusão do farelo de mamona. No terceiro capítulo objetivou-se avaliar o comportamento ingestivo de ovinos da raça Santa Inês recebendo dietas com diferentes níveis de farelo de mamona na ensilagem da cana-de-açúcar. O delineamento e as condições experimentais foram semelhantes aos relatados no segundo capítulo. O consumo de matéria seca (MS) foi influenciado de forma quadrática enquanto o consumo de fibra em detergente neutro (FDN), o tempo em minutos despendido nas atividades de alimentação, a eficiência de alimentação e ruminação (g MS e FDN/hora) apresentaram resposta linear crescente com a inclusão do farelo de mamona na ensilagem. No entanto, o tempo em minutos despendido nas atividades de ócio, apresentou resposta linear decrescente. As variáveis tempo gasto na atividade de ruminação, número de bolos por dia e número de mastigações por dia e por bolo, não foram afetadas pelos níveis de inclusão de farelo de mamona. A inclusão de farelo de mamona na ensilagem de cana-de-açúcar promove melhoria na eficiência de alimentação e ruminação de ovinos Santa Inês. No quarto capítulo, objetivou-se avaliar a composição química e de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi de cordeiros Santa Inês alimentados com dietas contendo silagem de cana-de-açúcar ensilada com níveis crescentes de farelo de mamona. O delineamento e as condições experimentais foram semelhantes aos relatados no segundo capítulo. Não houve efeito da inclusão de farelo de mamona nas porcentagens de umidade (73,3%), cinza (1,1%), proteína bruta (21,17%) e lipídeos totais (2,1%) do músculo Longissimus. A inclusão dos níveis de farelo de mamona não alterou a composição de ácidos graxos saturados (AGS), mas influenciou os polinsaturados, que foram reduzidos linearmente. A razão n6:n3 não foi influenciada pelos níveis de farelo de mamona, mas as proporções se mantiveram dentro dos limites recomendáveis, o que caracteriza uma carne mais saudável do ponto de vista nutricional.

ASSUNTO(S)

pastagem e forragicultura composição química digestibilidade efluentes pennisetum purpureum chemical composition digestibility effluent pennisetum purpureum

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