Extraction and estability of blue colorant from jenipapo (Genipa americana L.) / Extração e estabilidade do corante azul de jenipapo (Genipa americana L.)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo a avaliação da potencialidade do fruto do jenipapo como fonte de corante azul natural, objetivando torná-lo tecnicamente viável, bem como identificar o solvente adequado para a extração dos pigmentos do jenipapo, avaliar o efeito do pH e da temperatura na produção do corante, e estudar a estabilidade dos pigmentos obtidos por diferentes solventes. Para a obtenção do corante o experimento foi conduzido para três níveis de solvente (água, solução aquosa de etanol 50% e álcool etílico 95%); seis níveis de pH (4,0; 5,0; 6,0; 7,0; 8,0 e 9,0); e cinco níveis de temperatura (35; 45; 55; 65 e 75C), totalizando 90 tratamentos. Os corantes obtidos foram avaliados por colorimetria quanto ao desvio em relação ao padrão sintético azul de indigotina, sendo considerados melhores aqueles que apresentaram menor desvio. Visualmente observou-se um maior escurecimento do azul, com tendência ao preto, quando a temperatura foi aumentada, sem, entretanto, descaracterizar a cor. As melhores condições obtidas foram em pH 4,0 a 75C. O mesmo valor de temperatura foi considerado ótimo para os solventes etanólicos, porém o ótimo para água foi de 55C. Para os testes de estabilidade foram feitas extrações com os solventes etanólicos (50% e 95%), pois foram os que apresentaram visualmente maior poder extrator, originando extratos com maior intensidade da cor azul. A escolha dos solventes alcoólicos em detrimento da água foi também fundamentada na viabilidade econômica da obtenção dos corantes, uma vez que a eliminação de água torna o processo demorado e caro. As extrações foram efetuadas nas condições ótimas definidas nos testes de extração no capítulo 1: pH 4,0 e 75C. Os parâmetros avaliados foram pH, oxigênio e luz. Os extratos foram adicionados de solução tampão e anti-fúngico, colocados em vidros fechados, e armazenados. As amostras foram divididas em duas soluções-tampão de pH distintos (4,0 e 6,0) e as amostras foram novamente divididas em outros dois grupos, sendo um das amostras que foram simplesmente lacradas e outro que recebeu nitrogênio antes de ser lacrado. Antes do armazenamento houve uma nova divisão para avaliar o parâmetro luz, onde um grupo foi protegido de qualquer luminosidade e outro ficou diretamente exposto a luz UV. Para a solução de etanol 50%, o tratamento nas condições de pH 4,0 / oxigênio / escuro foi aquele que apresentou melhor manutenção da cor e maior saturação. Para o solvente etanol 95% observou-se uma menor estabilidade nos tratamentos em maior pH (6,0), com pior desempenho quando o pH 6,0 estava associado à presença de oxigênio e luz. Na saturação da cor o inverso foi observado, com melhor desempenho dos tratamentos em pH 6,0 e destaque para as condições de pH 6,0 / oxigênio / escuro. Com esse trabalho foi possível observar que o jenipapo é uma fonte potencial para a obtenção de corante azul natural, apresentando inúmeras variações de tonalidade que podem ser obtidas alterando-se as condições de extração, e exploradas de acordo com a intenção de aplicação. A obtenção desse corante azul complementa a disponibilidade das cores primárias na forma de corantes naturais, permitindo a combinação para obtenção das demais colorações para alimentos.

ASSUNTO(S)

jenipapo genipa americana colorant corante extraction extração ciencia de alimentos

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