Expressão gênica de receptores e da catalase no circuito de recompensa de camundongos sensibilizados e não sensibilizados aos efeitos estimulantes do etanol / Receptors and catalase gene expression in the reward circuit of sensitized and non-sensitized mice to the stimulant effect of ethanol

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/10/2009

RESUMO

Entre as neuroadaptações que podem contribuir para o desenvolvimento de dependência do álcool está a sensibilização comportamental definida como um aumento na locomoção ou efeito estimulante após administração repetida da mesma dose de etanol (ETOH) ou outra droga. Este fenômeno ocorre devido à repetida ativação do circuito de recompensa cerebral, envolvendo projeções da via dopaminérgica mesocorticolímbica. Entretanto, este processo não ocorre da mesma forma em todos os organismos tratados com ETOH. Neste estudo avaliamos se a administração repetida de etanol poderia desencadear diferentes perfis de expressão gênica, que pudessem ser associados a diferentes padrões comportamentais de desenvolvimento de sensibilização. Após 21 dias de tratamento, camundongos tratados com ETOH foram classificados como sensibilizados e não sensibilizados, de acordo com sua atividade locomotora durante o tratamento. Comparamos a expressão de RNAm e proteína do transportador de dopamina e dos receptores D1 e D2 (isoformas longa e curta), das subunidades A e B do receptor 5-HT3, das subunidades NR2A e NR2B do receptor NMDA e da enzima catalase na área tegmental ventral (ATV), núcleo acumbens (NAc), amígdala (AMY) e córtex pré-frontal medial (CPFm) de camundongos sensibilizados, não sensibilizados e controle (tratados com salina). Na ATV, observamos maior expressão de proteína dos receptores D1 e D2, maior expressão gênica das duas isoformas do receptor D2 e das subunidades 5-HT3A e 3B, e maior atividade da catalase no grupo sensibilizado do que nos grupos não sensibilizado e controle. No CPFm, detectamos menor expressão gênica e proteica das subunidades NR2A e NR2B no grupo não sensibilizado do que nos grupos sensibilizado e controle. Em outro experimento, camundongos tratados por 21 dias com a associação de ETOH e aminotriazol (inibidor da catalase), apresentaram menor intensidade da sensibilização comportamental do que animais tratados apenas com etanol. Em outro estudo, em animais sensibilizados ao efeito estimulante do etanol a administração de ondansetrona (antagonista do receptor 5-HT3) trinta minutos antes do etanol reduziu o seu efeito estimulante. Esses dados sugerem que os efeitos do etanol na neurotransmissão dopaminérgica na ATV, mas não no CPFm, AMY ou NAc, podem estar relacionados com a susceptibilidade para o desenvolvimento de sensibilização comportamental ao etanol.

ASSUNTO(S)

etanol atividade motora/efeitos de drogas receptores dopaminérgicos/genética. receptores glutamatérgicos/genética receptores serotonérgicos/genética catalase/genética catalase/metabolismo. psicobiologia

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