Evolução tardia de pacientes com infarto agudo do miocárdio tratados com stents farmacológicos na prática diária do mundo real: subanálise do Registro DESIRE (Drug-Eluting Stent In the REal World)

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-09

RESUMO

INTRODUÇÃO: Estudos prévios comparando stents farmacológicos (SFs) e stents não-farmacológicos sugerem eficácia e segurança dos SFs no tratamento de pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM). No entanto, a evolução tardia de pacientes com IAM tratados com SFs na prática diária permanece desconhecida. Este estudo teve como objetivo investigar o seguimento tardio de pacientes com IAM recente tratados com SFs na prática diária do mundo real. MÉTODOS: Entre maio de 2002 e junho de 2009, 3.018 pacientes não-selecionados com indicação de intervenção percutânea eletiva ou de emergência foram consecutivamente tratados com SFs em uma instituição clínica. O seguimento tardio de até sete anos foi realizado em 98%, com mediana de 3,4 anos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: pacientes com IAM recente (< 30 dias) e pacientes sem IAM recente. RESULTADOS: Os pacientes com IAM recente tinham menos comorbidades e mais doença multiarterial (68,1% vs. 60,7%; P < 0,001), lesões com trombo (13,6% vs. 1,3%; P < 0,001), fluxo TIMI 0/1 (8,3% vs. 1,1%; P < 0,001) e disfunção moderada/grave do ventrículo esquerdo (23,2% vs. 10,9%; P < 0,001), comparativamente aos pacientes sem IAM recente. O grupo IAM recente recebeu 1,6 ± 0,8 stent/ paciente e mais inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (19,6% vs. 2%; P < 0,001), mas o sucesso angiográfico foi similar nos dois grupos (> 99%). No seguimento tardio, a incidência de óbito cardíaco (6,4% vs. 2,7%; P < 0,001) e de trombose de stent (3,6% vs. 1,3%; P < 0,001) foi significativamente maior no grupo IAM recente. O IAM recente permaneceu como preditor independente de trombose de stent na análise multivariada (RR 2,96, IC 95% 1,62-5,41; P < 0,001). CONCLUSÕES: Pacientes com IAM < 30 dias tratados com SFs apresentaram pior prognóstico quando comparados aos pacientes sem IAM recente, incluindo aumento significativo do óbito cardíaco até sete anos de acompanhamento, e ocorrência 2,5 vezes maior das taxas de trombose de stent.

ASSUNTO(S)

stents stents farmacológicos infarto do miocárdio angioplastia

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