Evolução petrológica do magmatismo pós-colisional precoce da idade neoproterozóica do sul do Brasil: a suíte Paulo Lopes, SC

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os estágios precoces do período pós-colisional do Ciclo Brasiliano/Panafricano na região de Garopaba-Paulo Lopes (ca. 630-620 Ma), sul do Brasil, é marcado por grandes maciços graníticos com rochas máficas associadas. A Suíte Paulo Lopes (SPL) é um associação plutônica de monzogranitos, sienogranitos e gabros contemporâneos, com abundantes enclaves máficos microgranulares, interpretados como produtos de co-mingling. Os contatos entre os granitóides e as rochas básicas indicam magmas contemporâneos e interativos. O Gabro Silveira ocorre na área de estudo como grandes corpos intrusivos e vários diques de menor espessura de orientação NNE. As relações de campo definem uma ordem cronológica dos eventos magmáticos, onde o Granito Paulo Lopes (GPL) é o primeiro pulso magmático e, enquanto ainda parcialmente cristalizado, foi intrudido por magmas híbridos representados pelos Granitóides Garopaba (GG) e o Gabro Silveira (GS) A SPL é sintranscorrente e microestruturas indicativas de deformação do estado sólido de alta temperatura são descritas nas rochas máficas e graníticas. As rochas máficas são compostas de labradorita-andesina, ortopiroxênio, augita, pigeonita, olivina (ocasionalmente serpentinizada), Fe-hornblenda e hornblenda magnesiana, biotita vermelha, magnetita, ilmenita, apatita, e badeleíta, com afinidade toleítica médio a alto-K e mostra feições mineralógicas e geoquímicas, além de isotópicas, que assemelham-se às dos basaltos alto-Ti-P da Formação Serra Geral. Seus altos conteúdos de K, Rb, Sr e Ba, bem como as anomalias negativas de Nb e Ta nos diagramas multielementares são similares aquelas observadas em arcos magmáticos maturos e em ambientes pós-colisionais. Os granitóides da SPL são composicionalmente similares as rochas do tipo-A e são interpretadas como de caráter co-magmático com as rochas máficas, embora um componente crustal seja importante, particularmente no Granito Paulo Lopes. Os granitóides da SPL resultam de uma interação de magmas toleíticos com materiais crustais, assim eles podem ser considerados como granitóides de afinidade toleítica. O papel da tectônica transcorrente parece ser essencial para promover a geração de magmas de derivação mantélica e sua interação com material crustal, com subseqüente geração de abundantes granitóides. A semelhança composicional dos granitóides da SPL, particularmente os Granitóides Garopaba, com os granitos do tipo-A os faz diferente dos granitóides médio a alto-K de arcos magmáticos maturos, e esta diferença provavelmente reflete o caráter toleítico de seus magmas primários, típicos dos estágios magmáticos precoces do ambiente pós-colisional. Dados de geoquímica de elementos traço e isotópica indicam fonte mantélica modificada por subducção prévia (OIB) e enriquecida em ETRL para os magmas máficos, o que é coerente com o caráter pós-colisional deste magmatismo.

ASSUNTO(S)

magmatismo toleítico magmatismo pós-colisional : suíte paulo lopes, sc

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