Evolução molecular dos genes doublesex e fruitless em moscas-das-frutas do grupo Anastrepha fraterculus (Diptera, Tephritidae)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/07/2009

RESUMO

As espécies que formam grupo Anastrepha fraterculus estão entre as principais pragas agrícolas da América do Sul e compõem um grupo de espécies intimamente relacionadas de difícil identificação. Devido à grande variabilidade e sobreposição encontrada nos marcadores utilizados em sua identificação, ainda é difícil o estabelecimento da monofilia recíproca das espécies deste grupo. Muitas evidências sugerem que genes relacionados às características sexuais seriam bons candidatos para discriminar espécies com baixa divergência, graças à possibilidade de estarem envolvidos no próprio processo de separação das mesmas e apresentarem uma elevada taxa de diferenciação. A maior parte destes estudos têm se concentrado em genes relacionados à interação entre machos e fêmeas, porém poucos em genes da diferenciação sexual. Dessa forma, estudamos neste trabalho dois genes, doublesex (dsx) e fruitless (fru), envolvidos com a determinação sexual com o intuito inicial de avaliar seu possível papel na diferenciação do complexo de espécies Anastrepha fraterculus. Analisamos também os padrões de evolução molecular destes genes, examinando desde dados interespecíficos de alta divergência e dados intraespecíficos de baixa divergência. Neste processo avaliamos a capacidade de diferentes metodologias em detectar sinais de padrões seletivos específicos nas regiões estudadas, bem como testamos uma nova abordagem para estudo de evolução molecular em dados populacionais. Nesta nova abordagem conciliamos em uma mesma análise dados de frequência de mutações sinônimas e nãosinônimas, da sua posição na rede haplotípica, bem como da capacidade das mutações nãosinônimas em mudar as propriedades físico-químicas de aminoácidos. Diferentemente do encontrado em estudos anteriores, tanto dsx quanto fru mostraram sinais inequívocos de seleção positiva atuando em sua diferenciação, embora revelando processos diferentes. Além disso, detectamos um evento de selective sweep na região conectora de fru em A. obliqua, possivelmente envolvido na separação da rede haplotípica em dois grupos, com A. obliqua isolada das outras duas espécies. Apesar dos dois genes participarem da mesma cascata de diferenciação sexual, fru estabeleceu de forma mais clara a separação, porém ainda não completa, de A. obliqua das outras espécies aqui estudadas.

ASSUNTO(S)

genética e evolução seleção positiva determinação sexual seleção natural genetica

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