Evolução geodinâmica e condicionamento estrutural dos terrenos Piancó-Alto Brígida e Alto Pajeú, domínio da zona transversal, NE do Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A presente tese procurou avançar no conhecimento geológico da região que abrange os terrenos Piancó-Alto Brígida (TPAB) e Alto pajeú (TAP) , no Domínio da Zona Transversal (Província Borborema, NE do Brasil), com o intuito principal de compreender a evolução geodinâmica e o condicionamento estrutural destas unidades. Para atingir este objetivo, além do trabalho de campo e da interpretação de fotografias aéreas tradicionais, foram utilizados outros produtos de sensoriamento remoto (imagens Landsat 7 ETM+, aeroradiométricas, aeromagnéticas e topográficas), análises litogeoquímicas (rocha total) e datações geocronológicas (U-Pb em zircão), além da integração com dados da literatura. Na região afloram várias unidades geológicas precambrianas, representadas no T AP pelos complexos paleoproterozóicos de Serra Talhada e Afogados da Ingazeira, Complexo Riacho Gravatá (seqüência metavulcanossedimentar de idade Esteniana-Toniana) e ortognaisses Cariris Velhos (Tonianos). No TPAB ocorrem as formações Santana do Garrote (unidade inferior) e Serra do Olho d Água (unidade superior) do Grupo Cachoeirinha (Neoproterozóico III), além dos ortognaisses de Piancó e paragnaisses de Bom Jesus, estes dois últimos podendo constituir um bloco mais antigo (embasamento ?) e um equivalente de alto grau do Grupo Cachoeirinha (ou Grupo Seridó ?), respectivamente. Em ambos os terrenos ainda ocorrem vários corpos degranitóides brasilianos. Os dados aeromagnéticos permitiram estimar a continuidade, em profundidade, das principais zonas de cisalhamento cartografadas na região. As zonas de cisalhamento de Patos, Pernambuco, Boqueirão dos Cochos, Serra do Caboclo, Afogados da Ingazeira/Jabitacá e Congo-Cruzeiro do Nordeste atingem profundidades . superiores a 6-16 km. A assinatura aeromagnética de outras zonas de cisalhamento, tais como a de Juru, sugere que tais estruturas correspondem a feições crustais mais rasas. As imagens de satélite (Landsat 7 ETM+) e aerogamaespectrométricas permitiram individualizar unidades geológicas distintas, bem como esboçar a trama estrutural da região.A Zona de Cisalhamento Serra do Caboclo foi caracterizada como o limite/sutura entre o TPAB e TAP, tendo em vista ser uma estrutura marcante/penetrativa que separa unidades geológicas contrastantes, como o Grupo Cachoeirinha (Neoproterozóico III) no TPAB e o Complexo Riacho Gravatá (Esteniano-Toniano) e as metaplutônicas Cariris Velhos, do TAP. Embora mais jovem, o Grupo Cachoeirinha não exibe contatos em não conformidade sobre o Complexo Riacho Gravatá ou ortognaisses Cariris Velhos, indicando que aquelas unidades estavam distanciadas quando da sua deposição. Com relação ao evento Cariris Velhos (ca. 1,0 Ga), a presença do mesmo é indicada pelas metavulcânicas do Complexo Riacho Gravatá, augen gnaisses e ortognaisses intrusivos, todos com afinidade geoquímica de contextos de arco ou colisional. Todavia, o registro estrutural associado a este evento não foi identificado, o que foi interpretado em função de sua obliteração (constituíam estruturas de baixo grau/baixo strain) pelos eventos subseqüentes. O primeiro evento tectônico (01) observado nos litotipos de idade Cariris Velhos apresenta cinemática contracional com transporte para NW. Uma datação do Neoproterozóico III, obtida em granitóide tardi-D1, permite atribuir uma idade do início do brasiliano para este eventodeformacional. O segundo evento (D2) caracterizado na região corresponde à tectônica transcorrente Brasiliana, a qual é materializada por marcantes zonas de cisalhamento e corpos graníticos associados. Os dados geocronológicos obtidos (U-Pb em zircão) confirmaram a presença do magmatismo Cariris Velhos no âmbito do TAP, bem como a idade Neoproterozóica III para o Grupo Cachoeinha (TPAB) e para o evento tectônico D1. O TAP (Complexo Riacho Gravatá, augen gnaisses e ortognaisses) deve constituir um arco continental (provavelmente acrescido a um microcontinente) formado durante o evento Cariris Velhos (Esteniano-Toniano). Este terreno colidiu com o TPAB no inicio da orogênese brasiliana (deformação tangencial D1), sendo ambos os blocos afetados por retrabalhamento/cisalhamentos transcorrentes (evento D2) até o final do Ciclo Brasiliano

ASSUNTO(S)

condicionamento - estrutura - domínio zona transversal (província borborema, nordeste (br) - tese terreno alto pajeú geodinâmica - tese província borborema piancó-alto brígida (tpab) - alto pajeú (tap) - nordeste (br) - tese transversal zone domain geodynamic evolution terreno piancó-alto - brigida geologia geodinâmica, sensoriamento remoto geodinâmica - evolução - tese structural framework

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