Evolução estrutural e termocronológica meso-cenozóica da Zona de Cisalhamento Portalegre, Nordeste do Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A Zona de Cisalhamento Portalegre (ZCPa) representa um importante lineamento de direção NNE, transcorrente dextral instalado durante o Ciclo Brasiliano, foi submetida a uma importante história tectônica rúptil durante o Mesozóico e o Cenozóico, propiciando a formação das bacias sedimentares interiores de Gangorra, Pau dos Ferros, Coronel João Pessoa, Icozinho e Rio do Peixe. A ZCPa esteve atuante na abertura do Gráben Potiguar que culminou na instalação da Bacia Potiguar. Observa-se ao longo da ZCPa, o desenvolvimento de diferentes padrões de fraturas. As amostras foram coletadas acompanhando o traço estrutural da zona de cisalhamento e as idades de AFT obtidas ficaram em um intervalo entre 8613 e 37657 Ma, e intervalo de tamanho médio de comprimento do traço de 10.90.8 e 12.91.5 mm. Para amostras da porção Leste, tem-se a concentração de idades de 103 Ma, comprimento médio de traços de 12,1mm, e altitudes médias de 250m. Para as amostras da porção Oeste, tem-se as idades em 150 Ma, localmente com idades mais antigas de 345 Ma na região da bacia de Pau dos Ferros e 220 Ma na Bacia de Coronel João Pessoa. Os modelos de história térmica separados para os dois grupos de amostras. As amostras do bloco Oeste registram uma história térmica que se inicia no período Carbonífero ao Permiano, apontando para um soerguimento gradual com baixa taxa de resfriamento até o início do Cretáceo quando há consistentes registros de um colapso do bloco sugerindo subsidência. No final do Terciário, até a época recente, foi registrado um soerguimento rápido com erosão acentuada, possivelmente em resposta a processos tectônicos e denudacionais. As amostras do bloco Leste, embora apresentem algumas similaridades de processos de resfriamento/aquecimento do bloco Oeste, mostram registros que começam no Cretáceo, com processo de resfriamento no final do Mesozóico. Ambos os blocos mostram uma história evolutiva similar no Terciário, com soerguimento e erosão, embora a taxa de denudação/resfriamento no bloco Leste seja mais acentuada, justificada como resposta ao ajustamento da tectônica destes blocos. Estes dados indicam que um importante evento tectônico, em 140 Ma, ocorria na região, gerando compartimentação dos blocos, gerando um ambiente propício para formação de calhas estruturais que evoluiriam para as então bacias interiores a sul, e instalação do Grabén Potiguar, na porção norte. Este evento, interpretado com um processo de rifteamento resulta da atuação de esforços distensionais E-W. Já no Terciário, tem-se registro de aquecimento comum nos blocos, que pode ser atribuído aos efeitos de alçamento das isotermas, provocados pelo Vulcanismo Macau na região

ASSUNTO(S)

bacias sedimentares reativação geodinâmica história estrutural análise traços de fissão sedimentologia reactivation fission tracks analysis estudo geológico-estrutural sedimentary basins

Documentos Relacionados