EvoluÃÃo morfodinÃmica e hidrolÃgica direcionada ao manejo de lagoas costeiras tropicais. Estudo de caso: lagoa das almÃcegas, Paraipaba - Trairi/Ce / Evolution morfodinÃmica hydrological and directed the management of tropical coastal lagoons. Case study: the pond almÃcegas, Paraipaba - Trairi / Ce

Raquel Lemos da Silva

A lagoa costeira, AlmÃcegas, estÃ localizada no litoral Oeste do Estado do CearÃ na divisa dos municÃpios de Trairi e Paraipaba. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar a evoluÃÃo os processos controladores da morfologia e hidrologia da Lagoa das AlmÃcegas visando gerar informaÃÃes Ãteis ao uso e gestÃo desse recurso hÃdrico costeiro. A origem da lagoa das AlmÃcegas estÃ subordinada ao comportamento climÃtico-natural da Ãrea, bastante influenciado pela dinÃmica litorÃnea. Com a gÃnese relacionada aos processos transgressivos e regressivos do mar, e barramento do riacho pelo sistema de dunas (transporte eÃlico) e processos associado (descarga fluvial), sendo posteriormente com a construÃÃo da barragem. A metodologia utilizada para realizaÃÃo desta pesquisa baseia-se na compreensÃo da organizaÃÃo da natureza dentro do espaÃo, e a relaÃÃo que ocorre entre seus componentes. Para tanto foram realizadas analises dos parÃmetros fÃsicos e quÃmicos da Ãgua: temperatura, condutividade elÃtrica, turbidez, pH e transparÃncia. Ademais, foram coletadas amostras de subsuperfÃcie e fundo para a investigaÃÃo de material em suspensÃo. TambÃm, realizou-se a caracterizaÃÃo sedimentolÃgica, analise de matÃria orgÃnica e metaisâtraÃo (cobre, cÃdmio e zinco) no sedimento, e o estudo morfomÃtrico e levantamento batimÃtrico da lagoa. Os resultados demonstram que o sistema estudado apresentou variaÃÃo sazonal relacionada aos dois perÃodos hidrolÃgicos distintos. O perÃodo chuvoso se caracterizou por precipitaÃÃes mais intensas e menor insolaÃÃo, enquanto que o seco apresentou maior insolaÃÃo e maiores velocidades dos ventos, trazendo conseqÃÃncias diretas sobre o nÃvel dâÃgua da lagoa. A coluna dâÃgua apresentou estratificaÃÃo (tÃrmica) significativa devido principalmente Ã profundidade do sistema, Ã atuaÃÃo dos ventos e transparÃncia da coluna dâÃgua. A composiÃÃo granulomÃtrica dos sedimentos de fundo da Lagoa das AlmÃcegas resultaram em seis classes principais: areia com cascalho esparso (43,8 %), areia (25%), areia fina (6,3%), areia siltosa (6,3%), areia lamosa (6,3%), silte (6,3%) e silte arenoso (6,3%). Observa-se que as fraÃÃes grossas do sedimento, maiores que 0,063 mm, ocorrem na grande maioria das amostras, o que pode estÃ relacionado ao processo de assoreamento. A distribuiÃÃo da matÃria orgÃnica indica os diferentes graus de aeraÃÃo das diversas Ãreas do ambiente de sedimentaÃÃo. Quanto Ã morfologia a lagoa apresentando uma Ãrea de 1,3 km2, perÃmetro de 9,935 Km, largura mÃxima de 684 m e comprimento de 3,5 km, volume de 6.688.000 mÂ, profundidade mÃxima de 5,85 m, profundidade mÃdia de 2,55m. A relevÃncia do volume classifica este reservatÃrio como de capacidade de armazenamento satisfatÃrio. Em termos de ocupaÃÃo, a lagoa encontra-se com baixa ocupaÃÃo imobiliÃria, devido principalmente a pouca especulaÃÃo. Mas, as ocupaÃÃes que jÃ ocorrem na regiÃo ultrapassam os limites impostos pela lei (Ãreas de PreservaÃÃo Permanente), jÃ a ocupaÃÃo associada Ã retirada da cobertura vegetal Ã possÃvel de ser vista, e este problema pode gerar uma instabilidade das margens e conseqÃente alteraÃÃo das caracterÃsticas morfomÃtricas e fÃsicoquÃmicas da lagoa, podendo ocasionar impactos negativos, como aumento do escoamento superficial, erosÃo das margens, maior aporte de sedimentos na lagoa, assoreamento, diminuiÃÃo do volume de Ãgua, e maior concentraÃÃo de poluentes na lagoa, podendo vir a comprometer tambÃm a vida da populaÃÃo local.

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