Etnobotânica e urbanização: conhecimento e utilização de plantas de restinga pela comunidade nativa do distrito do Campeche (Florianópolis, SC)
AUTOR(ES)
Gandolfo, Elisa Serena, Hanazaki, Natália
FONTE
Acta Botanica Brasilica
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011-03
RESUMO
A ocupação da faixa litorânea do Brasil vem apresentando nas últimas décadas um grande incremento populacional, levando a urbanização de áreas anteriormente ocupadas por populações tradicionais. O objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento etnobotânico sobre espécies de restinga de representantes da comunidade local de descendentes de açorianos do Distrito do Campeche (Florianópolis, SC), área em processo de urbanização acelerado. Foram selecionados informantes através de amostragem intencional, sendo realizadas 15 entrevistas com moradores nativos entre 42 e 84 anos. Constatou-se que os moradores nativos que vivenciaram a realidade rural na área detêm um conhecimento etnobotânico das plantas de restinga relacionado aos tempos antigos, onde várias espécies eram utilizadas para a manutenção da sobrevivência no local, mas continuam incrementando este conhecimento com plantas utilizadas ainda atualmente, principalmente na categoria medicinal. Do passado rural para o presente urbano a frequência de uso das espécies citadas diminuiu consideravelmente, o que pode acarretar perda de conhecimento etnobotânico entre as futuras gerações. A pesquisa etnobotânica em áreas em transformação contribui para a valorização da cultura local e pode agregar valor cultural à vegetação de restinga, somando esforços para a conservação deste ecossistema.
ASSUNTO(S)
Áreas costeiras descendentes de açorianos dinâmica cultural
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