Estudo Socioambiental dos NaufrÃgios da Plataforma Continental de Pernambuco â Brasil: ContribuiÃÃo para a FormulaÃÃo de PolÃticas Ambientais e Manejo de Recifes Artificiais Marinhos na Costa do Estado de Pernambuco

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Devido ao grande nÃmero de embarcaÃÃes afundadas em sua costa, a cidade do Recife, Pernambuco, à tambÃm conhecida, nacionalmente, como a âCapital dos NaufrÃgios. A partir do momento em que essas estruturas se assentam no fundo marinho à criado um novo ecossistema (atualmente denominado de recife artificial) colonizado por algas marinhas e atà grandes vertebrados. A importÃncia desses recifes artificiais abrange tanto a questÃo ecolÃgica (incremento da biomassa de organismos marinhos) como socioeconÃmica (alavanca a indÃstria do turismo subaquÃtico e sustenta pequenas comunidades pesqueiras tradicionais) da regiÃo. A pesquisa balizou-se em estudar as interaÃÃes entre os usuÃrios dos naufrÃgios (mergulhadores e pescadores) enfocando as polÃticas ambientais sobre o assunto, e no aspecto biolÃgico, avaliou a composiÃÃo fitoplanctÃnica e sua biomassa relacionada com parÃmetros abiÃticos, como indicador da qualidade ambiental dos recifes artificiais da plataforma continental de Pernambuco. A pesquisa social foi conduzida entre os meses de dezembro de 2005 e janeiro de 2006, com 33 mergulhadores entrevistados em operadoras de mergulho e 21 pescadores na comunidade de BrasÃlia Teimosa, no Recife, e Bairro Novo, em Olinda. O instrumento utilizado nas entrevistas foram questionÃrios previamente elaborados e conversas informais. O estudo ambiental transcorreu nos meses de maio a julho, novembro e dezembro de 2005 e janeiro de 2006, com a realizaÃÃo de 12 mergulhos para coleta de dados, sendo seis no NaufrÃgio Servemar-X e seis no Servemar-I, localizados na plataforma continental, em frente à cidade do Recife, distantes 12km e 9km da costa, respectivamente. Para esse estudo, foram analisados parÃmetros climatolÃgicos (precipitaÃÃo pluviomÃtrica, velocidade e direÃÃo do vento), hidrolÃgicos (transparÃncia da Ãgua, salinidade, pH e temperatura) e biolÃgicos (clorofila a e composiÃÃo microfitoplanctÃnica). As coletas do microfitoplÃncton foram realizadas atravÃs de arrastos ao redor dos naufrÃgios com rede de plÃncton com 1m de comprimento, 0,30m de diÃmetro de boca e abertura de malha de 45μm. Os resultados da pesquisa social evidenciaram o conflito de interesses entre os usuÃrios dos naufrÃgios, indo de encontro com o objetivo principal Decreto Estadual n 23.394/01 de proteger e preservar os naufrÃgios. Por parte dos pescadores, mesmo com a proibiÃÃo regulamentada pelo Decreto, esses continuam praticando a pesca nos naufrÃgios; e os mergulhadores e operadoras, livres para usufruir dos recifes artificiais, em grande parte, ainda demonstram carecer de uma conscientizaÃÃo ambiental e de um ordenamento quanto à visitaÃÃo das Ãreas. No aspecto biolÃgico, a biomassa do fitoplÃncton, clorofila a, na profundidade dos dois naufrÃgios variou entre 0,61mg.m-3, em novembro, e 5,97mg.m-3, em julho e janeiro, ambos no Servemar-X, valores que evidenciam o carÃter mesotrÃfico da Ãrea. A comunidade microfitoplanctÃnica esteve representada por 80 tÃxons, destacando os grupos das diatomÃceas (66,25%), seguida dos dinoflagelados (18,75%), cianofÃceas (12,50%), clorofÃceas (1,25%) e euglenofÃceas (1,25%). A diversidade especÃfica foi considerada alta, com os tÃxons bem distribuÃdos, sobressaindo a espÃcie Trichodesmium thiebautii (Gomont), caracterÃstica de regiÃo oceÃnica, indicando que a flora planctÃnica na Ãrea apresenta-se bastante diversificada e com caracterÃsticas de uma regiÃo de plataforma continental

ASSUNTO(S)

administracao publica artificial reef, ambiental management, ecological tourism, dive, artesanal fish, phytoplankton recife artificial, gestÃo ambiental, turismo ecolÃgico, mergulho, pesca artesanal, fitoplÃncton

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