Estudo dos efeitos do tratamento com antimônio associado à pentoxifilina na modulação da resposta imunológica in situ de pacientes com leishmaniose mucosa
AUTOR(ES)
Luiza Cenizio Barbieri
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
28/02/2012
RESUMO
A infecção humana por Leishmania braziliensis pode levar ao desenvolvimento de manifestações clínicas cutânea e mucosa, sendo que a forma clínica mucosa está associada à exacerbação da resposta imune inflamatória, causando extensa destruição do tecido. O tratamento da leishmaniose é, ainda hoje, baseado na utilização dos antimoniais pentavalentes (SbV). No entanto, a falha deste tratamento é comum e parasitos resistentes já foram detectados. Em virtude dos problemas decorrentes do tratamento com SbV, uma grande diversidade de terapias alternativas, de uso tópico ou sistêmico, vem sendo avaliada para o tratamento da leishmaniose. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito do tratamento com antimônio associado ou não à Pentoxifilina (Ptx) na modulação da resposta imunológica in situ de pacientes com leishmaniose mucosa (LM). Foram avaliadas as frequências de linfócitos T CD4+, T CD8+ e macrófagos CD68+, assim como a expressão das citocinas IFN-, TNF- e IL-10+ e da molécula citotóxica granzima A+, e a correlação entre estes parâmetros imunológicos, em lesões de pacientes com LM pré e pós-tratamentos com SbV ou SbV associado à Ptx. Para isto, foram realizadas reações de imunofluorescência e aquisição de imagens por microscopia confocal em cortes de lesões congeladas obtidas de pacientes com LM antes e após os diferentes tratamentos. Pacientes com LM pré e pós-tratamentos com SbV apresentaram número de células T CD4+, T CD8+ e CD68+ semelhantes. Não foi observada diferença significativa na expressão das diferentes citocinas e granzima A, comparando-se as lesões obtidas pré e pós-tratamento com SbV. Lesões de pacientes com LM pós-tratamento com SbV associado à Ptx apresentaram menor frequência de macrófagos CD68+ quando comparado com lesões de pacientes com LM pré-tratamento, sem alteração nas freqüências de células T CD4+ e T CD8+. Não houve alteração na expressão de IFN-, IL-10 e granzima A pós-tratamento com SbV associado à Ptx. No entanto, observou-se que o tratamento SbV + Ptx leva a uma redução do número de células CD68+TNF-+. Não foram observadas diferenças nas frequências de populações celulares e citocinas comparando-se os tratamentos. O tratamento com SbV associado à Ptx induziu perda da correlação positiva tanto entre o infiltrado inflamatório e o número de células TNF-+, como entre o número de células T CD8+ e granzima A+. O tratamento de Ptx como adjuvante ao SbV pode resultar em uma modulação da resposta imunológica mais eficiente, o que pode explicar a cura mais rápida observada nesse tratamento, beneficiando a população infectada
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UBGQ9Documentos Relacionados
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