Efeitos dos extratos da Acanthospermum australe sobre a resposta imunologica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Neste trabalho, investigamos os efeitos antitumorais de diferentes doses dos extratos hidroalcoólico, aquoso, butanólico e clorofórmico da Acanthospermum australe utilizando o modelo experimental de inoculação de células do tumor ascítico de Ehrlich. Os parâmetros avaliados consistiram do crescimento e diferenciação de células progenitoras hematopoiéticas da medula óssea e do baço para a série granulócito-macrófago (CFU-GM) e da sobrevida dos animais portadores do tumor e tratados com os diferentes extratos da A. australe. Para realização dos experimentos, inoculou-se o tumor na dose de 6x10 6células/animal. Iniciou-se, 24 horas após a inoculação, o tratamento com os diferentes extratos da A. australe, que consistiu da administração oral (gavagem) de diferentes doses (100, 500 ou 1000mg/kg)por 3 dias consecutivos. Vinte e quatro horas após a administração da última dose do extrato hidroalcoólico da A. australe observamos, no animal normal, não portador de tumor, um aumento no número de CFU-GM da medula óssea com as três doses, enquanto que após, a administração do extrato butanólico observamos um aumento no número de CFU-GM na medula apenas com as duas menores doses ou seja, 100 e 500mg/kg, em relação ao grupo de animais controle. Por outro lado, a administração dos extratos aquoso e clorofórmico não produziu nenhum efeito no número de CFU-GM na medula. Nenhuma alteração foi observada com os diferentes extratos no número de CFU-GM do baço, em relação ao controle não tratado. A inoculação do tumor nos animais produziu uma diminuição no número de CFU-GM na medula óssea e um aumento no número de CFU-GM no baço. Os animais inoculados com células tumorais e tratados com as 3 doses dos extratos da planta apresentaram uma proteção contra a mielossupressão. Essa proteção variou de acordo com o tipo de extrato e com a dose. No caso dos extratos hidroalcoólico e aquoso, as doses de 100 e 500mg/kg foram mais efetivas que a dose de 1000mg/k:gno quanto ao aumento da mielopoiese. Além disso, a administração do extrato hidroalcoólico, na dose de 500mg/kg produziu um efeito mieloestimulador significativamente maior, quando comparados com as doses de 100 e 1000mg/kg. As 3 doses dos extratos butanólico e clorofórmico também induziram a mielopoiese. No entanto, os efeitos produzidos pelas doses de 100 e 1000mg/kg foram significativamente inferiores que ao observado para a dose de 500mg/kg. Quanto à hematopoiese esplênica, observamos que, com as 3 doses dos diferentes extratos, o número de CFU-GM reduziu significativamente em relação aos animais portadores de TAE, porém níveis normais não foram atingidos. Nos animais inoculados com o tumor ascítico de Ehrlich observamos um aumento no peso do baço, que foi revertido pelo tratamento com os diferentes extratos da planta nas doses de 100, 500 e 1000mg/kg. O tratamento dos animais portadores do tumor com 500mg/kg dos extratos hidroalcoólico, aquoso, butanólico e clorofórmico da planta aumentou a sobrevida em 10%, 10%, 25% e 15%, respectivamente, diante da morte de 100% dos animais do grupo não tratado. As doses de 100 e 1000mg/kg dos quatros extratos não aumentaram a sobrevivência dos animais em relação aqueles não tratados. Os resultados obtidos neste trabalho, de que os extratos hidroalcoólico, aquoso, butanólico e clorofórmico da A. australe promovem proteção contra os efeitos causados pelo tumor sobre os precursores hematopoiéticos da medula óssea e do baço e são capazes de aumentar a sobrevida dos animais portadores do tumor, sugerem que a A. australe poderia proteger contra a mielossupressão provocada por agentes quimioterapêuticos usados na clínica, além de aumentar a resistência do hopedeiro.resistência do hospedeiro.

ASSUNTO(S)

camundongo - imunologia hematopoese cancer plantas medicinais

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