Estudo da atividade antinoceptiva de β-amirina, um triterpeno pentaciclÃco isolado de Protium heptaphyllum March. em modelos experimentais de dor. / Studies on the antinociceptive activity of β-amyrin, a pentacyclic triterpene isolated from Protium heptaphyllum March. (Burceraceae) in experimental models of pain.
AUTOR(ES)
Cinthya Iamille Frithz BrandÃo de Oliveira
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
14/04/2010
RESUMO
Os efeitos dos triterpenos pentaciclicos -amirina e -amirina, isolados a partir da resina de Protium heptaphyllum March. (Burseraceae), foram testados preliminarmente em modelos de nocicepÃÃo oral, sendo que -amirina apresentou significantes efeitos antinociceptivos, norteando a pesquisa com este isolado na investigaÃÃo de seus efeitos em modelos de dor orofacial induzida por capsaicina ou formalina e na dor induzida por capsaicina na cÃrnea de camundongos; na dor tÃrmica (testes de imersÃo de cauda em Ãgua quente e placa quente); e na nocicepÃÃo visceral induzida por Ãcido acÃtico 0,6%. Camundongos Swiss machos (n = 8 / grupo) foram prÃ-tratados com β-amirina (10, 30 e 100 mg / kg, v.o.), morfina (5 mg / kg, s.c.) ou controle (Ãgua destilada + 0,05% de Tween 80, v.o.), uma hora antes de capsaicina (20 L, 1,5 g) ou formalina (20L/animal) serem administradas na vibrissa direita. β-amirina tambÃm foi avaliada em teste comportamental relacionado à dor, desta vez por aplicaÃÃo tÃpica de capsaicina na conjuntiva do camundongo (âeye wiping testâ). Neste teste foi medido o tempo, em segundos, que o animal passou âlimpandoâ o olho durante um perÃodo de 10 minutos. O triterpenÃide demonstrou principalmente um efeito antinociceptivo dose-independente em todos os modelos de nocicepÃÃo testados. Na dor orofacial induzida por capsaicina, -amirina (30 e 100 mg/kg) e morfina foram mais eficazes na reduÃÃo da resposta nociceptiva. Nestas doses, as reduÃÃes foram de 81 e 90% para -amirina e 97% para morfina, respectivamente. No modelo de dor orofacial, a nocicepÃÃo produzida pela capsaicina à acompanhada por um aumento na resposta tÃrmica localizada (que foi mensurada por termometria), e reduzida significantemente pelo prÃ-tratamento dos animais com -amirina ou L-NAME, um inibidor da NOS. Em animais diabÃticos, a capsaicina injetada na vibrissa promoveu um menor grau de nocicepÃÃo orofacial comparada com os nÃo-diabÃticos. No teste da formalina, morfina e β-amirina apresentaram antinocicepÃÃo significativa reversÃvel nas duas fases por naloxona. No entanto, β-amirina (30 mg/kg) inibiu a segunda fase com maior eficiÃncia. Os valores de DE50 para β-amirina e morfina foram 16,44 mg/kg (LC 10,0-38,41) e 3 mg/kg (LC 2,5-5,0) na primeira fase e 43,37 mg/kg (LC 30,52-39,30) e 3 mg/kg (LC 2,5-5,0) na segunda fase, respectivamente. A co-administraÃÃo de β-amirina e morfina, em seus respectivos nÃveis de dose de DE50, nÃo apresentou qualquer efeito aditivo ou potencializador antinociceptivo. No entanto, as combinaÃÃes das doses DE25 e DE12,5 apresentaram uma antinocicepÃÃo comparÃvel ao efeito combinado da DE50, sugerindo que atravÃs da utilizaÃÃo de β-amirina, a dose analgÃsica de morfina poderia ser minimizada para evitar a sua alta dose e os efeitos colaterais associados. β-amirina tambÃm foi eficaz em aumentar o limiar de dor tÃrmica no teste da imersÃo da cauda (mais nÃo no teste placa quente) e, na reduÃÃo das contorÃÃes induzidas por Ãcido acÃtico. A antinocicepÃÃo produzida por β-amirina, foi significativamente bloqueada em animais prÃ-tratados com os respectivos antagonistas vermelho de rutÃnio (2 mg/kg, s.c.) e naloxona (1 mg/kg, i.p.), indicando o envolvimento de receptores da capsaicina (TRPV1) e opiÃides em seu mecanismo. No teste da formalina, de forma similar à morfina, β-amirina bloqueou significativamente a inibiÃÃo da ingestÃo alimentar associada a dor. Assim como morfina, β-amirina apresentou aÃÃo inibitÃria sobre o trÃnsito intestinal, efeito esse revertido pelo prÃ-tratamento com antagonista opiÃide nÃo seletivo, naloxona. Estes dados sugerem que β-amirina apresenta um potencial antinociceptivo comparÃvel à analgesia perifÃrica produzida pela morfina, evidencia a exploraÃÃo desta para o desenvolvimento de um analgÃsico nÃo-opiÃide Ãtil na farmacoterapia de patologias do trigÃmeo e visceral.
ASSUNTO(S)
farmacologia triterpenos dor orofacial dor ocular β -amyrin pentacyclic triterpene orofacial pain corneal pain diabetic neuropathy antinociception
ACESSO AO ARTIGO
http://www.teses.ufc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=5158Documentos Relacionados
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