Estudo comparativo quanto à recidiva ulcerosa do tratamento cirúrgico de úlcera péptica perfurada entre pacientes H. Pylori positivos, após erradicação, e negativos
AUTOR(ES)
Dalcin, Rosa Pachaly, Abaid, Cristiano Antoniazzi, Almeida, Paola M., Adaime, Samia B., Londero, Thiza Massaia, Gai, Lucas V.
FONTE
ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009-03
RESUMO
RACIONAL: O tratamento cirúrgico da úlcera péptica perfurada é assunto discutível. Os cirurgiões, por muitos anos, fizeram suas opções entre procedimentos de redução ácida, somente fechamento da perfuração - porém com maior chance de recidiva ulcerosa. Desde a comprovada vinculação da úlcera péptica e suas complicações à infecção gastroduodenal causada pelo Helicobacter pylori, houve recomendação para mudança na atitude dos cirurgiões na volta à operação mais simples com erradicação da bactéria. OBJETIVO: Analisar a recidiva ulcerosa em pacientes com úlcera perfurada H. pylori positiva que foram submetidos à simples sutura da lesão e omentopexia com erradicação da bactéria e compará-la com H. pylori negativo submetido ao mesmo tratamento cirúrgico. MÉTODOS: Cento e quatorze pacientes com úlceras pré-pilóricas, pilóricas e duodenais perfuradas foram atendidos com fechamento simples. Trinta dias após a operação submeteram-se à endoscopia digestiva alta com biópsias para testes da urease e histopatológicos. Foram divididos em dois grupos de acordo com o resultado dos testes: positivo e negativo.Os positivos foram erradicados e, junto com o grupo negativo, foram seguidos com endoscopias semestrais e testes de detecção para H. pylori procurando por recidiva ulcerosa e reinfecção no grupo erradicado. RESULTADOS: O grupo positivo foi formado por 25 pacientes, dos quais dois foram considerados não erradicáveis segundo os critérios do protocolo. Os demais foram seguidos por período médio de 38,21 meses e detectadas recidivas em quatro pacientes (17,39%), metade deles (8,69%) foram reinfectados. O grupo negativo foi formado por 26 pacientes, seguido por período médio de 38,28 meses e oito (30,76%) apresentaram recidiva ulcerosa. Não foi evidenciada diferença estatisticamente significativa entre os grupos. CONCLUSÃO: Em relação à recidiva ulcerosa, o fechamento simples seguido de erradicação da bactéria é o procedimento padrão para o grupo positivo; deixa-se em aberto a questão dos procedimentos ácido-redutores para o grupo negativo.
ASSUNTO(S)
Úlcera péptica helicobacter pylori Úlcera gástrica Úlcera péptica perfurada Úlcera duodenal
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