Estudo comparativo entre cloridrato de oxibutinina e onabotulinumtoxina em pacientes portadores de lesão medular com hiperatividade do detrusor : avaliação urodinâmica e qualidade de vida = Comparative study between oxybutynin chloride and onabotulinumtoxinA in spinal cord injured patients with detrusor overactivity urodynamic evaluation and quality of life / Comparative study between oxybutynin chloride and onabotulinumtoxinA in spinal cord injured patients with detrusor overactivity : urodynamic evaluation and quality of life

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/08/2012

RESUMO

Introdução: O tratamento da incontinência urinária é aspecto importante no processo de reabilitação de pacientes portadores de lesão medular (LM). Objetivos: Os objetivos desse estudo foram avaliar o impacto na qualidade de vida (QV) e nos parâmetros urodinâmicos de pacientes portadores de LM tratados com injeção intradetrusora de onabotulinumtoxina ou uso oral de oxibutinina. Pacientes e Métodos: Sessenta e oito pacientes portadores de LM e hiperatividade detrusora neurogênica foram randomizados em dois grupos. Grupo I (n=34) receberam 15 mg/dia de cloridrato de oxibutinina por via oral e grupo II (n=34) foram tratados com injeção intradetrusora de 300U de onabotulinumtoxina em 30 pontos da parede vesical com preservação do trígono. Parâmetros urodinâmicos como capacidade cistométrica máxima (CCM), pressão detrusora máxima (Pdetmax) e complacência foram avaliados juntamente com escores de QV obtidos pelo questionário Qualiveen. As avaliações foram feitas antes da randomização dos pacientes, quatro, 12 e 24 semanas após inicio do tratamento. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Sete pacientes não completaram o estudo. Dos 61 pacientes, 49 pertenciam ao sexo masculino (80,3%) com idade média de 31,84 (DP ± 8,73) anos no grupo I e 33,54 (DP ± 11,86) anos no grupo II, p=0,839. Após 24 semanas, o aumento médio da CCM no grupo I foi de 126,24 (DP ± 62,22) ml e de 289,25 (DP ± 134,52) ml no grupo II, p<0,001. A Pdetmax apresentou redução média de 21,09 (DP ± 19,95) cm H2O no grupo I e de 48,75 (DP ± 29,34) cm H2O no grupo II, p<0,001. A complacência vesical apresentou aumento médio de 6,85 (DP ± 5,13) ml/cm H2O no grupo I e de 25,82 (DP ± 24,00) ml/cm H2O no grupo II, p=0,006. O número de perdas urinárias em 24h apresentou diminuição média de 2,34 (DP ± 1,89) episódios no grupo I e de 7,55 (DP ± 3,52) episódios no grupo II, p<0,001. Os escores do impacto específico dos problemas urinários do questionário Qualiveen apresentaram redução média de 0,26 (DP ± 0,33) no grupo I e de 1,48 (DP ± 0,70) no grupo II, p<0,001. Os escores do índice de qualidade de vida apresentaram aumento médio de 0,12 (DP ± 0,26) no grupo I e de 0,63 (DP ± 0,45) no grupo II, p<0,001. Conclusão: A injeção intradetrusora de onabotulinumtoxina e a administração oral de oxibutinina promoveram melhora significativa nos parâmetros urodinâmicos e na qualidade de vida de pacientes portadores de hiperatividade detrusora devido a LM. Porém, a comparação dos dois tratamentos demonstrou que a onabotulinumtoxina apresentou resposta significativamente melhor quando comparada à oxibutinina.

ASSUNTO(S)

traumatismos da medula espinal toxinas botulínicas tipo a cloridrato de oxibutinina urodinâmica qualidade de vida spinal cord injuries botulinum toxins type a oxybutynin chloride urodynamics quality of life

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