Estudo comparativo dos efeitos do veneno de crotalus durissus terrificus adulta e juvenil sobre a junção neuromuscular
AUTOR(ES)
Ricardo Stellati Pereira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2004
RESUMO
O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos do veneno de Crotalus durissus terrficus adulta e juvenil, do Vale do Paraíba/SP, sobre a junção neuromuscular. Para tanto, avaliou-se a atividade neurotóxica dos venenos de Cdt, através da técnica miográfica, em preparações biventer cervicis de pintainho e realizou-se análise bioquímica comparativa de todos os venenos utilizados. Foram ensaiadas diferentes doses do veneno total de Cdt, no estudo miográfico (0,5, 1,0, 5,0, 10,0 e 20,0 mu g/ml), sendo que a partir da curva dose-efeito obtida, elegeu-se a concentração de 1 mu g/ml para os ensaios posteriores. A 37°C os venenos estudados produziram bloqueio neuromuscular irreversível da resposta contrátil, em tempo inferior a 120 min e afetaram as respostas contraturantes à ACh (55 e 110 mu M)e ao KCI (20 mM). O tempo necessário para a obtenção de 50% de bloqueio neuromuscular, na concentração de 1 mu g/ml, foi significativamente menor (p<0.05) para o 1° e 2° meses de vida das serpentes de Cdt juvenis. Os dados mostraram que há diferença significativa quanto à toxicidade dos venenos estudados in vitro, não havendo uma relação direta entre a atividade bloqueadora neuromuscular e os valores da DL50. Por meio da análise da Cromatografia de exclusão molecular em HPLC e da confirmação pela análise do padrão eletroforético dos venenos de Crotalus juvenis, do 1° ao 7° mês de extração, pode-se afirmar que ocorre variação na composição dos principais componentes do veneno total e dos componentes que compõem a crotoxina (três isoformas de crotapotina e uma de PLA IND. 2 ), fato este também verificado na tabela de composição do veneno de Crotalus durissus terrificus, nos diferentes meses de extração. Diante do exposto, pode-se concluir que: 1) Ocorre variação ontogenética no veneno de Crotalus durissus terrificus, proveniente do Vale do Paraíba/SP. 2) A variação na potência dos venenos de Cdt juvenis observada, em comparação com a potência do veneno de Cdt adulta, leva a acreditar que, ao menos nos dois primeiros meses de vida, as serpentes de Cdt produzam isoformas mais tóxicas de crotoxina (alta toxicidade com baixa atividade enzimática), sendo doravante substituída por isoformas menos tóxicas (moderada toxicidade com alta atividade fosfolipase A IND. 2
ASSUNTO(S)
toxicologia peçonhas crotoxina cobra idade variação (biologia)
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000338092Documentos Relacionados
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