Estudo comparativo de dois metodos de calculo de pressão positiva no final da expiração (PEEP) ideal : ponto de inflexão da curva pressão-volume e medidas seriadas de complacencia estatica e saturação sanguinea arterial de O2

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O objetivo do presente trabalho foi comparar dois métodos de cálculo de Pressão Expiratória Positiva Final (PEEP) ideal em pacientes com Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA). As perguntas foram: a. Se os valores de PEEP ideal obtidos com um método corresponderiam aos valores do outro método. b. Se haveria alteração de oxigenação no decorrer das medidas. c. Se haveria alteração de ventilação no decorrer das medidas. d. Quais seriam as dificuldades encontradas na aplicação dos métodos. Para isso, foram realizados 40 cálculos em pacientes sépticos com SARA (relação Pa02/FiO2 menor que 200 e Escala de Murray maior que 2,5). Todos os pacientes foram sedados e relaxados 30 minutos antes do procedimento.Vinte cálculos foram realizados em cada método e cada paciente serviu como seu próprio controle. Dos vinte estudos comparativos, dez foram submetidos ao cálculo 1 inicialmente, e, após uma hora do término do mesmo, foram submetidos ao cálculo 2, invertendo-se os procedimentos nos dez restantes para anular uma possível influência de um cálculo sobre o resultado do outro. As gasometrias arteriais foram feitas no início e após 30 minutos do final de cada cálculo. Os métodos utilizados foram: 1) cálculo de PEEP ideal através de medidas seriadas de complacência estática pulmonar e saturação sangüínea de oxigênio ( SatO2); 2) cálculo de PEEP ideal através da curva pressão-volume (P- V). A análise dos dados mostrou que não houve diferença entre os dois métodos no que se diz respeito à oxigenação, nem tampouco nos valores de PEEP obtidos através deles. Houve aumento da PaC02 após a realização dos dois cálculos, porém sem diferenças entre os métodos e dentro dos limites aceitos pela literatura. Atualmente, a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA) é uma das patologias respiratórias mais desafiadoras encontrada em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) tanto no que se diz respeito à sua caracterização, quanto aos meios e propostas de tratamentos adequados. Caracterizada por ser uma patologia heterogênea, isto é, os pulmões comprometidos apresentam áreas com diferentes alterações, sendo as mais comuns a atelectasia (áreas colapsadas) e o edema intersticial, vem sendo difícil chegar a um consenso sobre qual é a melhor forma de trata-la, tanto em nível medicamentoso como em relação ao suporte ventilatório mais adequado. Inúmeras medidas terapêuticas de suporte ventilatório vêm sendo utilizadas em pacientes portadores dessa síndrome. Dentre elas, podemos citar a utilização da posição prona, o uso da relação inspiração/expiração invertida e o cálculo do valor de Pressão Expiratória Positiva Final (PEEP) ideal. Para essa última, será dada uma atenção especial neste trabalho. A PEEP é um recurso encontrado na maioria dos respiradores artificiais, que consegue proporcionar um maior recrutamento alveolar e reabertura de vias aéreas previamente colapsadas, melhorando a troca gasosa quando aplicada de maneira adequada. A dificuldade da utilização da PEEP é encontrar o valor ideal para a condição pulmonar atual de cada paciente portador de SARA sem causar uma hiperdistensão alveo lar, interferindo ou prejudicando as condições hemo dinâmicas do mesmo. Foram criados, baseados nessa dificuldade, vários métodos para se chegar ao valor de PEEP ideal. Alguns foram descartados com o passar dos anos pela inviabilidade do método ou por alterações hemodinânicas encontradas nos pacientes submetidos a esses métodos, e outros ainda encontram-se em fase experimental. Sendo assim, ainda existem dúvidas sobre o tratamento .adequado para a SARA

ASSUNTO(S)

respiração artificial pressão arterial

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