ESTUDO COMPARATIVO DA FREQUÊNCIA E DA GRAVIDADE DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM PACIENTES COM E SEM CEFALEIA. / COMPARATIVE STUDY OF FREQUENCE AND SEVERITY OF TEMPOROMANDIBULAR DYSFUNCITION BETWEEN PATIENTS WITH AND WITHOUT HEADACHE.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A dor de cabeça é um achado muito comum em clínicas de dor orofacial, da mesma maneira que é muito frequente a presença de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM) em pacientes com cefaléia, no entanto a associação dessas duas condições clínicas ainda é muito controversa na literatura. Verificar a presença de DTM e sua gravidade entre pacientes com cefaléia. Foram avaliados 60 adultos de ambos os gêneros, com média de idade de 36,84 anos, divididos em três grupos de 20 indivíduos com diagnóstico de cefaléia crônica diária (CCD), cefaléia episódica (CE) e sem cefaléia (grupo controle). O diagnóstico da cefaléia foi realizado por um cefaliatra, segundo os critérios de Sociedade Internacional de Cefaléia e o diagnóstico da DTM foi realizado através do Research Diagnostic Criteria (RDC-DTM), sendo sua gravidade determinada pelo Indice Temporomandibular (ITM). Os sintomas de DTM foram numericamente mais comuns nos pacientes com cefaleia, destacando-se significativamente a dor na nuca (CCD, n=17; CE, n=19; Controle, n=12), dor na ATM (CCD, n=16; CE, n=12; Controle, n=6) e ranger dos dentes (CCD, n=8; CE, n=10; Controle, n=4). Da mesma forma, os sinais clínicos de DTM foram sempre mais prevalentes nos sujeitos com diagnóstico de cefaleia, especialmente a dor à palpação nos músculos pterigoideo lateral (CCD, n=19; CE, n=16; Controle, n=11) e digástrico posterior (CCD, n=19; CE, n=15; Controle, n=10) e a dor à palpação na ATM (CCD, n=18; CE, n=16; Controle, n=11). A frequência de DTM foi alta em todos os grupos avaliados sem diferença estatisticamente significativa, mas numericamente maior nos pacientes com cefaléia (CCD, n=19; CE, n=19; Controle, n=17). No entanto, os valores médios de gravidade da DTM nos pacientes com cefaléia, avaliados pelo ITM, foram estatisticamente superiores em relação ao grupo controle, destacando-se os subíndices articular (CCD=0,38; CE=0,25; Controle=0,19) e muscular (CCD=0,46; CE=0,51; Controle=0,26). Os achados do presente estudo nos permitem afirmar que existe um risco maior da presença de sinais e sintomas de DTM, principalmente dor na ATM, músculos mastigatórios e o bruxismo em pacientes com cefaléia. Da mesma forma, a DTM e, principalmente a sua gravidade parece ser maior nos pacientes com cefaléia, o que indica a necessidade de diagnóstico e tratamento multidisciplinar desses pacientes, visto que o tratamento associado da cefaléia e DTM podem trazer mais benefícios no alívio sintomático desses sujeitos.

ASSUNTO(S)

síndrome da disfunção da articulação temporomandibular cefaléia cefaléia crônica diária cefaléia episódica ciencias da saude temporomandibular joint dysfunction syndrome headache chronic daily headache episodic headache

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