Estrutura econômica e distribuição interpessoal de renda no nordeste

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/06/2012

RESUMO

Apesar da desigualdade na distribuição de renda da população brasileira vir caindo ao longo do tempo, o Brasil possui ainda uma das piores distribuições de renda do mundo, principalmente quando se leva em conta outros países com níveis de desenvolvimento semelhantes. Neste contexto, encontra-se a região Nordeste, que possui a desigualdade de renda mais elevada e onde a concentração de renda vem caindo mais lentamente, quando comparada ao restante do Brasil. Uma melhoria mais exacerbada de indicadores tais como de pobreza e de distribuição de renda pode está relacionada à estrutura econômica, fazendo com que nem todas as camadas da população se beneficiem dos frutos gerados por um aumento de renda ou pelo crescimento econômico. Ou seja, os fluxos comerciais, a estrutura setorial do emprego e da produção, o padrão de tecnologia, a estrutura do consumo, entre outros podem influenciar os efeitos causados por mudanças na economia sobre indicadores, como de desigualdade. Nesse sentido, o presente trabalho pretende avaliar como a estrutura econômica da região Nordeste influencia os efeitos de mudanças na economia local sobre a desigualdade, utilizando o modelo de Leontief-Miyazawa. Para isto, foram utilizadas informações contidas na matriz de insumo-produto do Nordeste referente ao ano de 2004, os dados primários da Pesquisa por Amostra de Domicílios PNAD 2004, além dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar POF, sendo utilizada a estrutura da POF 2002/2003. Por meio de simulações de impactos em cada setor de atividade econômica obteve-se a distribuição de renda proporcionada por aquele impacto e, consequentemente, os setores responsáveis pelo aumento ou redução da desigualdade. Por meio dos resultados obteve-se que somente nove setores melhoraram o índice de Gini e os setores com maior peso no consumo das familias mais pobres contribuíram para uma maior concentração de renda após o impacto. Além disso, foi feita uma análise dos efeitos das mudanças na estrutura produtiva do Nordeste entre 1997 e 2004 sobre a distribuição de renda. Para isto, foram utilizados os dados da matriz de insumo-produto do Nordeste de 1997 e os dados dos rendimentos das famílias obtidos pela PNAD, referente ao mesmo ano. Os resultados apontam que as menores classes de renda geram mais renda na economia como um todo e absorvem menos. Finalmente, observou-se que as mudanças na estrutura produtiva verificada entre 1997 e 2004 contribuíram para melhorar a distribuição de renda no Nordeste.

ASSUNTO(S)

nordeste insumo-produto estrutura econômica distribuição de renda economia income distribution economic structure input-output northeast

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