Anatomia da distribuição de renda no Brasil : estrutura e evolução nos anos 90

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1999

RESUMO

Este trabalho investiga o comportamento da distribuição funcional e pessoal da renda na economia brasileira, tendo por base a primeira metade da década de 90 e por preocupação central organizar a discussão em tomo dos impactos das transformações recentes sobre a estrutura distributiva dos principais complexos da atividade secundária (indústria) e terciária (serviços). Para operacionalizar empiricamente esta tarefa, a partir da concepção teórica de que ambas as abordagens precisam ser tratadas de maneira complementar nos estudos que visam estabelecer relações com os determinantes do desenvolvimento econômico, a pesquisa lança mão de duas bases de dados também complementares. Os quadros contendo os componentes do valor adicionado , extraídos das matrizes de insumo-produto do IBGE, fundamentam o capítulo que trata da estrutura e evolução da distribuição funcional da renda, enquanto as PNAD s subsidiam as análises que têm por objetivo desvendar a estrutura e evolução da distribuição pessoal dos rendimentos do trabalho. As principais conclusões são que, do ponto de vista da distribuição funcional, o fato da maior parte do valor adicionado a cada ano pela economia brasileira ser apropriada pelos rendimentos do capital "(massa de lucros), sob a forma de uma maior taxa de acumulação, não garante que haja, necessariamente, uma reinversão produtiva favorável ao crescimento econômico, ainda mais num contexto onde se multiplicam as alternativas fictícias de valorização. Do ponto de vista da distribuição pessoal dos rendimentos do trabalho, a recçmposição setorial do emprego e das remunerações engendram uma situação de melhora distributiva na indústria, mas de piora relativa nos serviços, num sinal indicativo de desestruturação do mercado de trabalho nacional, já que na nova configuração setorial e ocupacional da mão-de-obra predominam inserções em atividades de baixo poder de geração de valor adicionado (ou níveis reduzidos de produtividade), caracterizadas por vínculos informais de trabalho (assalariamento sem carteira e trabalho por conta própria)

ASSUNTO(S)

renda - distribuição - brasil

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