Estrutura de abundancia de um trecho na floresta estacional semidecidua no municipio de Campinas, estado de São Paulo : mata ribeirão cachoeira

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Em um trecho da Floresta Estacional Semidecídua (Mata Ribeirão Cachoeira, Campinas SP), foram detenninadas a precisão e suficiência amostral da estimativa dos parâmetros fitossociológicos usuais e identificados os fatores que influenciam na precisão. As implicações do erro amostral na análise visual do rol de abundância foram discutidas. As distribuições de abundância desta, e de outras 5 comunidades arbóreas tropicais, foram testadas contra as distribuições geradas por quatro modelos matemáticos: série geométrica, série logarítmica, nonnal logarítrnico e vara quebrada ("broken stick"). O objetivo foi avaliar as relações estabelecidas empiricamente entre esses modelos com equilíbrio e riqueza elevada (nonnal logaritmico), estresse, perturbação e baixa riqueza (série logaritrnica e série geométrica) e a inadequação do modelo da vara quebrada para vegetação. Outras características comunitárias (concentração de dominância e equabilidade), também foram avaliadas neste sentido. Em uma área de 6,474 ha na Mata Ribeirão Cachoeira, foram instaladas, aleatoriamente, 100 parcelas de 10 x 10m, e estimados os parâmetros de densidade, dominância, freqüência e IVI das espécies arbóreas (critério de inclusão de 5 cm de diâmetro à altura do peito). Para as espécies com cinco ou mais indivíduos, foi calculado o erro amostral dessas estimativas e o número de parcelas necessárias para não ultrapassar um erro amostral de 20%. A avaliação das relações entre os modelos de distribuição de abundância, concentração de dominância e equabilidade com riqueza, estresse e perturbação levou em consideração dados de abundância de quatro levantamentos de Florestas Estacionais Semidecíduas (duas em bom estado de conservação e duas perturbadas por fogo), e duas Florestas Higrófilas (estresse anaeróbico), todas de uma mesma região. A freqüência é o descritor que apresentou a maior precisão, enquanto a menor precisão coube à dominância. A precisão das estimativas da densidade, freqüência e dominância é influenciada pelo número de indivíduos amostrados e padrão espacial das espécies; a da dominância é influenciada, adicionalmente, pela variação da área basal entre indivíduos; e a do M, por todos esses fatores combinados. Com base na literatura e dados apresentados sugere-se um esforço amostral mínimo de 110 parcelas de 10 x 10m para estimativa de parâmetros fitossociológicos em Florestas Estacionais Semidecíduas. Com exceção de Esenbeckia leiocmpa não foi possível diferenciar as posições das espécies no rol de abundância, o que invalida as comparações entre esta e outras comunidades com base na posição ocupada pelas espécies no rol, ou entre espécies dentro da comunidade. Os modelos de distribuição de abundância não apresentaram relações consistentes com riqueza, perturbação ou estresse, enquanto a concentração de dominância foi maior nas comunidades submetidas a estresse e perturbação. O modelo da vara quebrada não ajustou para nenhuma comunidade. Nossos resultados sugerem que estes modelos de distribuição de abundância não são apropriados, ou pelo menos não são as melhores ferramentas, para detectar padrões relacionados à riqueza, estresse ou perturbação em comunidades arbóreas tropicais

ASSUNTO(S)

estimativas comunidades vegetais diversidade biologica

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