ESTOQUE DE CARBONO EM PLANTAÇÕES DE EUCALYPTUS sp. IMPLANTADOS EM CAMPO NATIVO / CARBON STOCKS IN EUCALYPTUS sp. PLANTATIONS IMPLANTED IN NATIVE FIELD

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O cultivo planejado e consciente do solo com a manutenção do resíduo em superfície e o crescimento equilibrado da vegetação pode amenizar a emissão de carbono (C) para a atmosfera. O objetivo do estudo é conhecer o efeito das florestas de eucalipto aos 20, 44 e 240 meses de idade e do campo nativo no estoque de C em Argissolo Vermelho Distrófico úmbrico, em Santa Maria, Rio Grande do Sul. A produção florestal foi determinada pela cubagem rigorosa por meio do método de Smalian de árvores-amostras selecionadas a partir do cálculo do desvio padrão do diâmetro à altura do peito, obtido por inventário florestal. A estimativa do C na biomassa arbórea foi determinada por pesagem da massa seca dos componentes folhas, galhos, madeira e casca das árvores-amostra, transformados em C considerando um fator de 0,45, conforme Wang et al. (2001). O C presente na serapilheira das florestas, na vegetação do campo nativo, no solo, em seis camadas distribuída em profundidade e nas frações da matéria orgânica particulada e associada a minerais foi determinado por meio de autoanalisador CHNS. As demais propriedades físicas do solo como a porosidade total, macro e microporosidade, densidade de partícula, foram também relacionadas ao efeito das florestas de eucalipto. A caracterização química do solo também foi realizada. Posteriormente à análise de distribuição normal dos dados bem como da homogeneidade de variância, cada variável foi submetida à análise de variância e comparação de médias pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os maiores estoques de carbono estão no componente madeira e na casca independente da idade das florestas, tendendo à diminuição do percentual para os componentes galhos e folhas. A produção do material arbóreo florestal agregado ao material em decomposição, bem como o seu estoque de carbono, aumentam sobremaneira quando da substituição da vegetação nativa de campo para as florestas de eucalipto, adquirindo expressividade no decorrer do crescimento e desenvolvimento das florestas. O teor e estoque de carbono no solo são baixos, indicando que o crescimento das florestas de eucalipto em substituição à vegetação nativa de campo não agregou um aumento significativo, ao contrário das constatações no componente vegetal. As camadas com maior percentual de argila não refletem diferença na presença de C comparado às camadas mais arenosas, ou superficiais, com maior presença de material orgânico. A fração matéria orgânica particulada foi a mais sensível às variações de idade de povoamento e uso da área, e menor variação na fração associada aos minerais do solo devido a suas características de proteção. Para as propriedades físicas do solo, não se observaram variações significativas quando da substituição do campo nativo pelas florestas de eucalipto. Portanto, as proposições para estudos desta magnitude objetivando o mercado de carbono e das florestas como mecanismos de desenvolvimento limpo deverão ser fidedignamente avaliadas e monitoradas durante o crescimento das florestas.

ASSUNTO(S)

biomass recursos florestais e engenharia florestal biomassa argissolo physical fractioning organic matter fracionamento físico eucalipto eucalyptus carbon carbono matéria orgânica alfisol

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