Essa ciranda não e minha so, ela e de todos nos : a educação das crianças sem terrinha no MST / This ciranda doesn t belong only to me, it belongs to us all : the ladless children s education in the MST

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Esta pesquisa discute a Ciranda Infantil do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no intuito de situar como foi se constituindo essa prática educativa vivenciada pelas crianças, no processo de luta pela terra. A Ciranda constitui-se em um espaço de educação não formal mantida por Cooperativas, Centros de Formação e pelo próprio MST; que procura construir, com as crianças Sem Terra, um trabalho educativo que prime por sua luta enquanto Movimento contra-hegemônico que se contrapõe ao modelo capitalista neoliberal, cuja perspectiva é a da emancipação humana, centrada no trabalho como atividade que produz a vida, ou seja, trabalho vinculado à cooperação e à vivência dos valores humanista e socialista. O universo pesquisado foram as Cirandas Infantis Itinerantes que acontecem em algumas atividades do MST, tais como: cursos, marchas, congressos etc., e ainda a Ciranda Infantil "Ana Dias" na regional de Itapeva, Estado de São Paulo. Os procedimentos metodológicos foram definidos no intuito de desvelar as Cirandas em seu interior, em sua natureza, e no desenvolvimento de suas relações. A coleta dos dados se deu por intermédio da articulação da pesquisa documental, da observação de campo e da entrevista semi-estruturada. Para a análise dos mesmos definiu-se as seguintes categorias: "Luta Social", como observada nos estudos de Roseli Caldart, "Trabalho como princípio educativo", como defendido pelo professor Luiz Carlos de Freitas e Gaudêncio Frigotto, e a categoria da "Auto-organização", como presente nos trabalhos do pedagogo russo Pistrak. Os resultados da pesquisa indicam que as contradições existentes no MST, situam-se na relação com a propriedade privada, na relação com o Estado burguês e no modo de vida dos(as) assentados(as). Apesar destas contradições, as Cirandas Infantis apresentam possibilidades das crianças engajarem-se, desde bem pequenas, na luta pela terra. Luta que, como compreendida pelo Movimento, não se encerra com a conquista da terra, visto ser a primeira de muitas outras lutas para a transformação dessa sociedade capitalista. As Cirandas Infantis, portanto, se configuram em espaços de construção do coletivo infantil, no qual as crianças aprendem a dividir o brinquedo, o lápis, o lanche, a compartilhar a vida em comunidade, e, neste sentido, soma-se às crianças quilombolas, indígenas, ribeirinha e às sem tetos, na luta contra as desigualdades sociais, multiplicando assim as vitórias coletivas e, enchendo o campo e a cidade de alegria, sonhos, utopia e de possibilidade de construir uma sociedade mais justa para todas as crianças e adultos(as) desse país.

ASSUNTO(S)

educação infantil educação não formal criança pequena young children ciranda movimentos sociais educação rural non-formal education education in rural area children s ciranda childhood education infancia social movements

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