Espectro de dispersão de quatro formações florestais ao longo de um gradiente altitudinal da Mata Atlântica brasileira
AUTOR(ES)
Martins, Valéria Forni, Cazotto, Lara Priscila Domingues, Santos, Flavio Antonio Maës dos
FONTE
Biota Neotrop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2014-03
RESUMO
Dentro de uma comunidade, a proporção de espécies vegetais com diferentes síndromes de dispersão é chamada de espectro de dispersão, o qual pode resultar de distintas pressões seletivas, como o clima. Isso ocorre porque variações na temperatura, umidade, pressão atmosférica e precipitação resultam em flora e fauna distintas entre locais. Assim, podemos esperar que o espectro de dispersão de comunidades vegetais em diferentes altitudes seja distinto se as condições climáticas ao longo do gradiente altitudinal atuarem como pressão seletiva direta ou indireta sobre as síndromes. Nós hierarquizamos as síndromes de dispersão em cinco níveis, de acordo com o detalhamento da morfologia dos diásporos e, consequentemente, seus diferentes graus de especificidade com os dispersores. Identificamos, em cada um dos níveis hierárquicos, as síndromes de espécies arbóreas de quatro formações florestais da Mata Atlântica ao longo de um gradiente altitudinal de 1200 m no sudeste do Brasil. Entre 327 espécies, encontramos duas síndromes no nível hierárquico mais geral (dispersão abiótica e biótica), três no nível seguinte (vento, própria planta parental e animais), três no nível intermediário (barocoria, autocoria e endozoocoria), duas no quarto nível (mamíferos e aves) e 12 síndromes no nível mais específico, relacionadas è morfologia dos diásporos dispersos pelo vento, autocoria, mamíferos e aves. O espectro de dispersão nos cinco níveis foi similar nas quatro formações florestais. De forma geral, a maior parte das espécies é dispersa por agentes bióticos, aqui considerados animais e a própria planta parental. Dentre os agentes bióticos, os mais importantes são os animais, especificamente as aves. A maioria das espécies dispersas pelas aves apresenta diásporos drupóides. Nossos resultados indicam que as pressões seletivas sobre as síndromes de dispersão ocasionadas pelas condições climáticas que variam com a altitude não são fortes. Assim, a ausência destas pressões seletivas resulta em um espectro de dispersão similar entre as formações florestais em diferentes altitudes.
ASSUNTO(S)
dispersão biótica hierarquia de classificação das síndromes de dispersão ornitocoria zoocoria
Documentos Relacionados
- Comunidades arbóreas ao longo de um gradiente altitudinal na floresta atlântica sul- brasileira
- Florística e fitossociologia em parcelas permanentes da Mata Atlântica do sudeste do Brasil ao longo de um gradiente altitudinal
- Levantamento da diversidade de borboletas (Lepidoptera: Rhopalocera) e sua variação ao longo de um gradiente altitudinal em uma região de Mata Atlântica, município de Maquiné, RS
- Diversidade de abelhas (Hymenoptera, Apidae) ao longo de um gradiente latitudinal na Mata Atlântica
- Composição floristica e estrutura da comunidade arborea num gradiente altitudinal da Mata Atlantica