Escrita e corpo pulsional

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este trabalho constitui uma discussão sobre o sujeito. Para desenvolvê-la, fizeramse necessárias algumas questões, que serão situadas e enfrentadas no decorrer do texto. Uma delas é se há possibilidade de se incluir, consistentemente, essa noção nos estudos referentes à ciência lingüística. Uma outra é sobre o estatuto que caberá a esse sujeito, levando em conta, principalmente, que as ciências se opõem à metafísica. Por fim, a questão que abraçarei como hipótese desta tese: a possibilidade de se pensar esse sujeito em sua materialidade corpórea. Não é por acaso que o termo escrita já consta desde seu título. Minha primeira tentativa, como se poderá ver, foi falar do sujeito a partir de uma produção escrita coletada em escola, principalmente dados de crianças em que se pudessem privilegiar os equívocos da língua. Depois, porque percebi, no envolvimento com a experiência e na análise desses dados, que ali esse sujeito se encontrava apenas como semblante, ou seja, como enganado pelo significante, cujo encadeamento ocupara sua função, tentei discuti-lo a partir da escrita de crianças ainda menores. Procurei indagar, então, sobre sua posição antes do que se poderia chamar a passagem, ou a inversão, pela qual ele se identifica ao significante. Por fim, tentei discutir sujeito e escrita como homólogos, devido a este ponto: ambos têm sua dimensão real, de objetos a serem retomados como linguagem. A partir desse momento, as noções de letra e de corpo pulsional tornaram-se, também, fundamentais às minha reflexões. A primeira me permitiu discutir como essa dimensão material, objetal, passa a funcionar, com o escrito – letras numa cadeia repetitiva –, como referência significante. A segunda, como essa mesma dimensão, devido a uma gramática que marca o corpo, passa a funcionar como sujeito. Palavras-chave: escrita, significante, letra, pulsão, corpo, sujeito.

ASSUNTO(S)

jacques lacan escrita subjetividade corpo 1901-1981 gramatica.

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