ESCORES CLÍNICOS E BIOMARCADORES DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA EM PACIENTES COM SEPSE. / CLINICAL SCORES AND BIOMARKERS OF ACUTE INFLAMMATORY RESPONSE IN PATIENTS WITH SEPSIS.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/06/2011

RESUMO

Sepse é a expressão de uma complexa rede de mediadores da inflamação. Definir quais desses indicadores biológicos discriminam o diagnóstico e o prognóstico é o foco das pesquisas atuais. Avaliar o valor diagnóstico e prognóstico do APACHE II, do SOFA, do lactato, da proteína C reativa ultrassensível (PCR-US), da procalcitonina (PCT) e da interleucina-6 (IL-6) em pacientes adultos internados em UTI com sepse. Estudo observacional, de coorte, desenvolvido entre outubro de 2009 e abril de 2010, com adultos admitidos em duas UTIs gerais de Aracaju, Sergipe, Brasil, com sepse grave (SG) ou choque séptico (CS). Não houve intervenção dos pesquisadores na terapêutica instituída e os pacientes foram seguidos até a alta, o óbito ou o 28 dia de permanência na UTI. O APACHE II foi calculado na admissão (D1) e o SOFA no D1 e D3. O lactato foi dosado no D1 e D2 e a PCR-US, a PCT e a IL-6 no D1. Estas variáveis foram comparados entre os subgrupos SG e CS e sobreviventes (S) e os não-sobreviventes (NS). Foram avaliados 30 pacientes, dos quais 23,3% com SG e 76,7% com CS. A média de idade foi de 67,8 18,9 anos e foi significativo preditor da mortalidade. O óbito foi o desfecho em 53,3% dos pacientes (CS = 65,2%). A média do APACHE II foi de 22,1 8,2 e apresentou significância para o diagnóstico e o desfecho. O SOFA do D1 foi de 9,2 3,5 e o do D3 de 7,7 3,5, com significância para o diagnóstico e o desfecho; o Δ SOFA de 1,5 1,5, sem significância estatística. A média do lactato do D1 foi de 3,7 1,6 mmol/l, do D2 de 2,7 0,7 mmol/l (SG = 2,2 0,5; CS = 2,8 0,7) e o clearance do lactato foi de 19,0 39,5%. A média da PCR-US foi de 14,4 7,8 mg/dl (SG = 8,9 4,9; CS = 16,0 7,8). A PCT foi de 4,2 8,5 ng/ml e a média de IL-6 foi de 2,9 0,4 pg/ml. O estudo evidenciou que os escores APACHE II e SOFA têm boa acurácia para predizer o diagnóstico e a mortalidade entre pacientes com sepse e que a idade foi o fator isolado preditivo de morte, mas não discriminou o diagnóstico; que o lactato do segundo dia e a PCR-US da admissão discriminaram o diagnóstico, mas foram incapazes de predizer o desfecho; e que o Δ SOFA, o clearance do lactato, a PCT e a IL-6 não tiveram poder discriminatório em predizer, isoladamente, nem o diagnóstico nem o prognóstico. Assim, não há um único biomarcador que apresente habilidade absoluta para distinguir sepse de outras condições inflamatórias, nem para monitorizar e predizer sua progressão ou resposta ao tratamento; todos eles podem ser usados, em seu apropriado contexto clínico, como coadjuvantes para a tomada de decisão quanto ao diagnóstico e ao tratamento.

ASSUNTO(S)

biomarcadores p sepse uti ciencias da saude biomarkers icu prognosis sepsis

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