Escola-padrão : acertos e equivocos de uma politica educacional

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1997

RESUMO

O assunto desta pesquisa é a política educacional no Estado de São Paulo nos anos 91-94, cuja idéia-chave se consubstancia no termo escola-padrão. As atividades desta pesquisa foram desenvolvidas visando prioritariamente identificar, na política de implantação das escolas-padrão, aqueles aspectos que sinalizam avanços na melhoria da qualidade do ensino público no Estado de São Paulo. Para tanto, procuramos estabelecer como ponto de partida um referencial teórico-metodológico que explicitasse certos conceitos fundamentais e sua implicação prática na orientação da pesquisa. Assim, o entendimento do significado de ciência, a compreensão do "quantitativo" e do "qualitativo" nas abordagens de pesquisa, o significado de qualidade em educação, permearam todo o desenvolvimento da pesquisa das estratégias de coleta de dados à análise. Em decorrência, os procedimentos e técnicas para a coleta de informações foram os mais variados, procurando cobrir um leque de recursos que melhor dessem conta da questão de estudo: questionários, entrevistas, dados estatísticos e documentos oficiais foram amplamente utilizados. Com estes recursos, procuramos abranger os diferentes níveis da Secretaria da Educação, dos órgãos centrais até a unidade de ensino. Ao final, a pesquisa foi estruturada de modo a permitir a compreensão do projeto escola-padrão na sua versão oficial, seu processo de implantação, a abrangência e os resultados alcançados. A principal conclusão a que se chegou nesta pesquisa refere-se ao acerto do projeto escola-padrão no seu esforço de recuperar para a escola pública uma condição melhor de funcionamento, provendo-a, sobretudo, de coordenação pedagógica, tempo e condições para estudo e reflexão, pelos professores, sobre o seu trabalho. As análises de natureza teórica, bem como as observações empíricas efetuadas reforçaram a convicção de que sem estas estruturas, a escola não caminhará na construção do seu projeto, no exercício de sua autonomia. Contudo, as circunstância que envolveram a implantação das escolas-padrão, a fragilidade da atuação da Secretaria e seus órgãos, a visão imediatista de resultados quantitativos a curto prazo, a limitação de recursos para a ampliação do projeto, paralisaram o desenvolvimento da escola-padrão ainda no período do governo que o idealizara, a ponto de se extinguir totalmente no início do governo seguinte.

ASSUNTO(S)

politica e educação escolas publicas - são paulo (estado) educação e estado - avaliação - são paulo (estado)

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