Erliquiose monocítica canina experimental: avaliação de parâmetros clínicos, laboratoriais e imunológicos, antes e após o cloridrato de tetraciclina

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Um dos focos atuais na pesquisa sobre erliquose monocítica canina visa ao esclarecimento de alterações clínico-hematológicas, bem como, aos mecanismos imunológicos envolvidos na patogênese da doença. Na prática ambulatorial, observa-se que o tratamento, quando instituído durante a fase aguda, promove uma rápida recuperação do animal enfermo. Nesse contexto, foram realizadas infecções experimentais de 9 cães com Ehrlichia canis - amostra Jaboticabal - com a finalidade de analisar parâmetros clínicos, laboratoriais e imunológicos da fase aguda, bem como investigar o impacto do tratamento com 22mg/kg de Cloridrato de Tetraciclina, durante 22 dias, iniciando no 30º após a infecção. Os resultados mostram que a fase aguda foi caracterizada clinicamente pela presença de febre, palidez de mucosa, emagracimento progressivo e aumento moderado dos linfonodos. A análise bioquímica-hematológica revelou uma queda nos níveis de creatina e proteína total, com um aumento na concentração da enzima ALT, anemia, trombocitopenia e monocitose nos animais infectados. A avaliação da resposta imune no contexto ex vivo, através da fenotipagem de leucócitos do sangue periférico, demostrou uma redução no percentual de linfócitos Thy-1+ durante um curto período da fase aguda inicial, acompanhada por uma progressiva queda no percentual de linfócitos T CD4+ que, ao final da fase aguda, apresentava-se significamente reduzido. Nessa etapa, observou-se ainda um menor percentual de linfócitos MHC-II+ e CD45R+ circulantes. Por outro lado, hou ve um aumento no percentual de linfócitos B (IgM+) e células CD14+ durante toda a fase aguda o que corroborou a soroconversão verificada pela RIFI e a monocitose demonstrada nos hemogramas. Nos granulócitos observou-se um maior percentual de neutrófilos CD4+ após a infecção experimental. A resposta inicial ao tratamento foi caracterizada por uma rápida recuperação clínica com ganho de peso, aumento da atividade física e evidente tendência ao restabelecimento dos índices bioquímicos-hematológicos com destaque para os monócitos que prontamente responderam à antibioticoterapia. Resposta também demonstrada por uma reversão aos índices normais da maioria das alterações imunofenotípicas observadas nos leucócitos durante a fase aguda. Conjuntamente, esses resultados demonstram que a infecção por E. canis promove importantes alterações que parece atuar como um mecanismo de modulação da resposta imune, permitindo a persistência do agente e a instalação da fase aguda. O tratamento por sua vez, reverte tal quadro, sendo portanto, indicado para animais com erliquiose monocítica canina.

ASSUNTO(S)

cão doenças tratamento teses. ehrlichia infecção teses. hematologia veterinaria teses.

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