Epidemiologia dos óbitos neonatais hospitalares associados à asfixia perinatal em Maceió, Alagoas, 2009 / Epidemiology of hospital neonatal deaths associated with perinatal asphyxia in Maceió, Alagoas, 2009.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/11/2010

RESUMO

Introdução: Alagoas é a Unidade Federativa com maior taxa de mortalidade infantil e neonatal no Brasil, sendo impreterível conhecer seus determinantes na capital. Objetivo: Descrever a epidemiologia dos óbitos neonatais hospitalares associados à asfixia ao nascer, além da infra-estrutura para o atendimento neonatal, em Maceió, no ano de 2009. Método: Estudo transversal prospectivo com busca ativa diária em prontuários das mães e recém-nascidos (RN) que faleceram até 28 dias incompletos, nas 8 maternidades públicas de Maceió, de 1/Jan a 31/Dez/2009. Óbito associado à asfixia obedeceu a >1 critério: Apgar <6 no 5 minuto; síndrome de aspiração meconial (SAM); encefalopatia hipóxico-isquêmica; Apgar <3 no 1 minuto com ventilação ao nascer; relato de hipóxia/asfixia ao nascer na declaração de óbito. Excluíram-se portadores de malformações, peso <400g e/ou <22 semanas de gestação. A análise descritiva dos pacientes incluiu as variáveis de condição de nascimento e óbito, de morbidade e intervenções terapêuticas. Informações sobre recursos físicos, materiais e humanos foram colhidas em março e setembro/09. Resultado: Em 2009, nas 8 maternidades, nasceram 20.860 pacientes e ocorreram 326 óbitos neonatais, dos quais 243 (74%) evitáveis. A asfixia ao nascer esteve presente em 113 (47%), sendo 24 provenientes de outras instituições e 15 falecidos sem cuidados intensivos. Dos 113 óbitos, 12 não receberam qualquer manobra de reanimação, sendo 6 RN de 22-24 semanas. Nos 86 RN de baixo peso, 79 (92%) tiveram obstetra e pediatra em sala de parto, 75 (87%) desenvolveram síndrome do desconforto respiratório, 41 (48%) receberam surfactante e 41 tiveram sepse neonatal. Dez (37%) no grupo de 27 RN 2500g não contaram com obstetra e pediatra ao nascimento e em 17 (68%) ocorreu a síndrome de aspiração meconial. Quanto às intervenções, 7 não receberam ventilação mecânica, 19 (70%) receberam aminas e apenas 2 tiveram pressão arterial monitorizada. Dos 113 óbitos, 42% faleceu antes de 24h e 42% do 2-6 dia de vida. A Declaração de Óbito continha referência à asfixia em 37% dos casos e a necropsia foi realizada em 4. Nas 8 maternidades, onde nasceram de 1-12 crianças/dia, o número de mesas de reanimação variou de 1 a 3. Quatro delas possuíam recursos físicos e materiais para reanimação neonatal em sala de parto. Os pediatras estavam em tempo integral em 7 maternidades e 62% deles participaram de curso de reanimação neonatal nos últimos dois anos. Da equipe de enfermagem, 49% fizeram um curso e em uma maternidade nunca houve treinamento em reanimação neonatal. Não houve modificações na estrutura física, equipamentos e recursos humanos para a assistência neonatal no decorrer do ano. Conclusão: Em 2009, a asfixia ao nascer esteve presente em metade dos óbitos neonatais intrahospitalares e parte deles ocorreu nas salas de parto e unidades de cuidados intermediários, mostrando a fragilidade da infra-estrutura assistencial associada à gravidade ao nascer nas maternidades públicas de Maceió.

ASSUNTO(S)

mortalidade neonatal asfixia neonatal recém-nascido pediatria neonatal mortality neonatal asphyxia newborn

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