Entre a história e a utopia: o educador de rua no projeto axé

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo deste trabalho é refletir como os educadores de rua, que trabalham no projeto Axé, articularam o pensamento utópico do começo do seu trabalho como educadores de rua, época em que se engajaram no projeto Axé, com o pensamento histórico depois de uma prática de quinze anos e toda uma mudança no terceiro setor. O embasamento teórico utilizado no trabalho centrou-se no sintagma identidade como metamorfose em busca da emancipação desenvolvido por Ciampa no grupo de pesquisa sobre Identidade Social como Metamorfose Humana, vinculado ao Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Social, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Utilizamos também as noções de pensamento utópico, aquele que nos faz lutar por causas que proporcionem melhores condições de vida ao povo, e pensamento histórico, aquele que examina criticamente como os fatos vêm ocorrendo ao longo do tempo. (Habermas, 1987) Na pesquisa empírica utilizou-se a entrevista classificada por Minayo(1999) como entrevista não diretiva centrada ou entrevista focalizada. Nessa modalidade de entrevista a conversa é aprofundada sobre determinado tema sem roteiro prévio. Foram analisados três sujeitos emblemáticos. Um está no Projeto Axé e está realizado. Outro está no Projeto Axé e quer sair e o terceiro já saiu. O fato de ainda estar ou não no projeto não influi diretamente nos resultados encontrados. Observou-se que é possível articular história e utopia. Ou seja, mesmo diante de uma história difícil,não perder o sentido da utopia. O estudo indica que quem carrega o pensamento utópico dentro de si, e quer vê-lo tornar-se realidade, tem que acompanhar o passo da história e ter a flexibilidade de reinventar seus projetos utópicos. Mudando assim, de projeto emancipatório, mas não perdendo de vista o pensamento utópico que o move. Metamorfoseando-se, emancipando-se, tornando-se um sujeito pós-convencional. Concluímos que essa articulação é não só possível mas é também um indicador de que os profissionais que conseguem articular os dois movimentos tendem a ter uma postura pós-convencional diante da vida

ASSUNTO(S)

street educators projeto axe (salvador, ba) entrevistas em psicologia educadores de rua identidade social psicologia social

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