Ensino por modelação de discriminações condicionais envolvendo diferentes estruturas de treino e formaçao de classes equivalentes.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

O objetivo do estudo foi o de analisar a aprendizagem de discriminações condicionais por observação e formação de classes de equivalência, em deficientes mentais, envolvendo as estruturas de treino Linear, CaN e SaN. Em geral, os estudos relatados na literatura submeteram cada grupo de participante a uma estrutura de treino diferente para, posteriormente, comparar o desempenho intergrupos. Neste estudo controlou-se a variável dependente participante, sendo o mesmo submetido ao ensino das três estruturas de treino simultaneamente. Foram ensinadas discriminações condicionais por modelação entre três classes de figuras de objetos familiares com três estímulos cada para seis participantes. Cada uma das classes foi ensinada por uma estrutura de treino, sendo A1B1/ B1C1 representando a estrutura de treino Linear, A2B2/ C2B2 representando a estrutura de treino CaN e B3A3/ B3C3 a SaN. O ensino por modelação consistiu-se em o participante observar o demonstrador (experimentador) realizar corretamente tentativas de escolha de acordo com o modelo. Após cada tentativa executada pelo demonstrador, o participante devia executar uma tentativa idêntica, diferindo apenas na disposição dos estímulos de escolha. Em seguida, uma nova tentativa era apresentada ao demonstrador e subsequentemente outra para o participante, seqüência esta que seguia até o término da sessão. Primeiramente foram ensinadas por modelação as relações A1B1, A2B2, B3A3. Após o teste individual destas relações e obtido o critério de desempenho das mesmas pelo participante, foram ensinadas por modelação as relações, B1C1, C2B2, B3C3. Verificado o critério de desempenho dessas relações o participante realizava uma sessão contendo todas as relações ensinadas por modelação anteriormente. Caso o participante obtivesse critério de desempenho, o mesmo executava a sessão de testes de transitividade e equivalência (AC e CA). Todos os seis participantes alcançaram o critério de aprendizagem das discriminações condicionais por observação, definido pelo procedimento, sendo que para três participantes foi incluído um procedimento adicional. Um participante estabeleceu classes de equivalência, enquanto os demais apresentaram relações consistentes com outras classes e/ou relações inconsistentes. Sobre as três estruturas de treino, conforme apresentado nos resultados de cinco participantes, que atingiram o critério de aprendizagem das relações B1C1/C2B2/B3C3 em um mesmo número de sessões, envolvendo portanto as três estruturas de treino, sugere-se a pequena importância desta variável, pelo menos em delineamentos do presente tipo. O estudo mostrou que é possível ensinar discriminações condicionais por modelação para pessoas portadores de deficiência mental, e indica que a implementação de procedimentos de ensino por modelação, utilizando o paradigma da equivalência de estímulos, pode trazer implicações educacionais promissoras para a criança com atraso no desenvolvimento. Porém é preciso, ainda, discutir possibilidades para que esses indivíduos estabeleçam classes de equivalência. Tais possibilidades estão relacionadas às dificuldades encontradas na manipulação direta das contingências presentes no ensino de discriminações condicionais por modelação, inclusive na mensuração do responder do participante durante a fase de ensino, o que abre caminho para futuras investigações.

ASSUNTO(S)

ensino por modelação stimulus equivalence educação especial learning through observation estrutura de treino educacao especial teaching through modeling equivalência de estímulos training structure

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