Ensaio mecânico da resistência ao impacto do cimento ósseo puro e associado a duas drogas anestésicas locais
AUTOR(ES)
Giordano, Vincenzo, Rios, Henrique, Moreirão, Marcos, Giordano, Marcos, Amaral, Ney Pecegueiro do, Pallottino, Alexandre, Oliveira, Silvio de
FONTE
Revista Brasileira de Ortopedia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-07
RESUMO
OBJETIVO: Investigar o comportamento mecânico da combinação de anestésico local e cimento ósseo in vitro. MÉTODOS: Foram comparados dois cimentos ortopédicos (Simplex® e Biomecânica®) e duas drogas anestésicas locais de largo uso na clínica anestesiológica (lidocaína e bupivacaína). Os anestésicos utilizados estavam em pó. Elaboraram-se seis grupos de investigação, baseados na combinação ou não das drogas. Nos grupos em que o polímero foi combinado à medicação, a mistura consistiu de 40g de polimetilmetacrilato com 2g de anestésico local. Foram confeccionados 60 corpos de prova prismáticos, medindo 5 x 120 x 30mm (n = 30) e 5 x 60 x 30mm (n = 30). Os corpos de prova foram testados mecanicamente em máquina universal. Foram realizados ensaios mecânicos de resistência ao impacto direto. Foi realizada análise estatística para verificar o efeito do cimento (Simplex® e Biomecânica®) e da medicação (lidocaína e bupivacaína) na resistência do corpo de prova, com alfa = 5%. RESULTADOS: Observou-se que existe influência significativa da medicação na resistência do corpo de prova (p = 0,0001). Pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, identificou-se, ao nível de 5%, que a mistura com bupivacaína apresentou resistência significativamente maior do que com a lidocaína e com o polímero puro. Não existe diferença significativa na resistência entre a lidocaína e o polímero puro. Existe influência significativa do cimento na resistência do corpo de prova (p = 0,015). Mostrou-se que o cimento Simplex® apresentou resistência significativamente maior do que o Biomecânica®. Existe influência significativa da interação cimento-medicação na resistência do corpo de prova (p = 0,035). A análise dos contrastes mostrou que o cimento Simplex® apresentou resistência significativamente maior do que o Biomecânica® apenas quando sem adição da medicação (p = 0,002). Não existe diferença significativa na resistência entre os cimentos Simplex® e Biomecânica® para as medicações lidocaína (p = 0,13) e bupivacaína (p = 0,63). No cimento Simplex®, a associação com a bupivacaína apresentou resistência significativamente maior do que com a lidocaína e o polímero puro (p = 0,001 e p = 0,012, respectivamente). Não existe diferença significativa na resistência entre a lidocaína e o polímero puro para o cimento Simplex® (p = 0,39). No cimento Biomecânica®, a associação com a bupivacaína apresentou resistência significativamente maior do que com a lidocaína e o polímero puro (p = 0,0001 e p = 0,0001, respectivamente). Não existe diferença significativa na resistência entre a lidocaína e o polímero puro para o cimento Biomecânica® (p = 0,37). CONCLUSÃO: Nas condições estudadas, não há redução significativa da resistência ao impacto na combinação de cimento ortopédico com anestésicos locais.
ASSUNTO(S)
cimentos para ossos polimetil metacrilato lidocaína bupivacaína
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