Empatia e comunicação na relação medico-paciente : uma semiologia autopoietica do vinculo

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Esta pesquisa parte da hipótese de que é possível criar uma semiologia do vínculo na relação médico-paciente que permita tanto ao médico como ao sujeito por ele atendido não se dessubjetivarem na relação. Esta criação, no entanto, depende de um esforço por parte do médico para não se deixar capturar pelo discurso da Medicina, que o transforma em normatividade e o paciente quase sempre em doença. O objetivo da pesquisa constitui a partir da experiência prática do autor e, de uma reflexão teórica sobre o objeto de trabalho do médico (o corpo vibrátil, subjetivo) encontrar elementos que possam subsidiar a reflexão autopoiética para cada médico repensar em seu contexto a sua forma de criar uma semiologia do vínculo. Do ponto de vista teórico, parte-se da Teoria da Biologia do Conhecimento, de Humberto Maturana e Francisco J.. Varela com suas categorias de autopoiese, acoplamento estrutural e competência ética, aproximando-as da filosofia de Gilles Deleuze e Félix Guattari e das concepções da Etica de Baruch Espinosa. Metodologicamente, trata-se de uma investigação qualitativa centrada na experiência de Primeira pessoa, a partir das propostas de Francisco Verela e Jonathan Shear. Para estes autores, as metodologias de Primeira pessoa não só aceitam a experiência como um domínio a ser explorado tanto em nível filosófico como científico, assim como a consideram marca concreta de nossa existência em ato e ponto privilegiado para transformação das intervenções e práticas profissionais. Os resultados são apresentados através do relato vivo na experiência de Primeira pessoa do autor em contato com seus pacientes, com comentários de interlocutores que possibilitaram a sua posição em Segunda pessoa e através da criação de conceitos que permitem uma reflexão em posição de Terceira pessoa a respeito do objeto de investigação: a relação e suas possibilidades de vínculo.

ASSUNTO(S)

semiologia (medicina) autonomia tecnologia medica subjetividade

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