Em pacientes suscetíveis o uso da vacina BCG contribui na prevenção primária da hanseníase?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
FONTE
Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Stanley,1981
8
41 / 8.085
0,20 (0,15-0,28)
Lwin,1985
14
663 / 151.415
0,80 (0,72-0,88)
Bagshawe,1989
16
101 / 36.327
0,52 (0,41-0,66)
Fine, 1996
9
93 / 23.456
0,51 (0,25-1,03)
Gupte, 1998
15
3.213 / 484.864
0,76 (0,72-0,79)
Gupte, 1998
5,5
– / 38.213
0,66 (0,50-0,86)
Truoc, 2001
8
8 / 100
0,42 (0,19-0,96)
Sumário da meta-análise
0,74 (0,63-0,86)
O uso da vacina BCG em indivíduos susceptíveis à hanseníase parece ser capaz de oferecer alguma proteção, podendo ser uma opção na prevenção primária da doença.
Segundo o Colégio Canadense de Médicos de Família, é uma atribuição destes profissionais a elaboração, execução e avaliação de ações de prevenção primária voltadas à população sob sua responsabilidade.
A vacinação com BCG como prevenção da Hanseníase é um caso que ilustra bem esta situação, principalmente por tratar-se de doença endêmica em nosso meio. Trata-se de uma vacina largamente utilizada mundialmente e ainda controversa. No calendário vacinal adotado no Brasil, a segunda dose, aos 10 anos de idade, deixou de ser recomendada. A segunda dose, apesar de não apresentar benefícios na prevenção da tuberculose poderia ser capaz de reduzir a incidência de novos casos de hanseníase? Os resultados dessa meta-análise (1) parecem responder afirmativamente a essa pergunta. Deve-se levar em consideração na análise dos resultados da meta-análise, que a vacina BCG faz parte do calendário vacinal como prevenção da tuberculose na maioria dos países onde se realizaram estudos. A maioria dos estudos avaliou a vacinação prévia com BCG apenas pela presença ou não da cicatriz vacinal, calculando a prevalência desses indivíduos no grupo estudado. Tal fato pode levar à subestimação do efeito protetor da vacina contra a hanseníase, uma vez que parcela significativa da população estudada, incluindo os controles nos ensaios clínicos, pode já estar sendo beneficiada por efeitos protetores da mesma.
Esta meta-análise, que incluiu 7 ensaios clínicos e 19 estudos observacionais, demonstrou que a vacina BCG reduziu a incidência das formas clínicas da hanseníase entre os vacinados. Embora os autores chamem atenção para uma heterogeneidade significativa entre os estudos, calculou-se o efeito protetor (1 – RR) com utilização de recursos estatísticos. O mesmo foi estimado em 26% (IC 95% 14-37) nos ensaios clínicos e em 61% (IC 95% 51-70) nos estudos observacionais.
O efeito protetor foi maior nos subgrupos de pacientes de mais alto risco de desenvolver a infecção, como naqueles expostos a formas multi bacilares e naqueles com contactantes domiciliares. Também analisando subgrupos dos estudos, não se demonstrou diferença de gênero no efeito da vacina.
Com relação à idade de vacinação, nos ensaios clínicos, não houve diferença entre os vacinados em idades inferiores a 15 anos ou com idades superiores aos 15 anos, embora na análise dos estudos observacionais, o efeito protetor máximo tenha sido notado na vacinação em idades abaixo dos 10 anos.
ASSUNTO(S)
cuidados primários de saúde médico a44 vacinação/medicação preventiva hanseníase vacina bcg a - estudos experimentais ou observacionais de melhor consistência hanseniase
ACESSO AO ARTIGO
https://aps-repo.bvs.br/aps/em-pacientes-suscetiveis-o-uso-da-vacina-bcg-contribui-na-prevencao-primaria-da-hanseniase/Documentos Relacionados
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