ELABORAÇÃO DE PRODUTO CÁRNEO PROBIÓTICO A PARTIR DE MICRORGANISMOS ISOLADOS DE LEITES FERMENTADOS / PROBIOTIC MEAT PRODUCT MADE WITH MICROORGANISMS ISOLATED FROM FERMENTED MILK

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo isolar e caracterizar cepas probióticas de leites fermentados comerciais e multiplica-lás em meio de cultura à base de plasma suíno para inoculação em salames tipo Italiano, juntamente com a cultura starter Staphylococcus xylosus isolada de salames artesanais. A contagem das colônias dos leites fermentados foi em meio MRS (De Man Rogosa Sharpe Agar, Oxoid) pela técnica de semeadura em profundidade. As cepas foram isoladas através da técnica spread-plate em meio seletivo, MRS. Cepas individuais foram confirmadas por coloração de Gram e prova da catalase, e identificadas pelos kits Api 20 A e 50 CHL (Bio Merieux SA, Marcy LEtoile, France). Após, foram realizados os testes de resistência ao cloreto de sódio adicionado ao ágar MRS, nas concentrações de 1%, 1,5%, 2 %, 2,5% e 3% e resistência ao nitrito e nitrato, que foram realizados pelo mesmo procedimento, nas concentrações de 80, 100, 120, 150 e 200 ppm. Realizou-se também os testes de resistência a bile 0,3% e a acidez, em pH: 3,0, 2,5 e 2,0 de HCl 3M durante 3 e 6 horas. No segundo experimento, a cepa de Lactococcus lactis ssp lactis 2 isolada foi multiplicada em fermentador para uso como starter nos salames. As cepas probióticas foram multiplicadas em placas com meio de plasma suíno acrescido de ágar e o starter isolado de Staphylococcus xylosus em placas de BAIRD-PARKER. Nos tratamentos foram usados como starters o S. xylosus e Lactococcus lactis, e como cepas probióticas: Lactobacillus paracasei ssp paracasei 1 e Bifidobacterium spp 2. O tratamento Controle foi adicionado de starters comerciais; o Tratamento 1: com starters isolados; Tratamento 2: com starters isolados mais adição da cepa probiótica Lactobacillus paracasei ssp paracasei 1 e Tratamento 3: starters isolados mais cepa probiótica Bifidobacterium spp 2. Foram avaliados os aspectos microbiológicos, físico-químicos e sensoriais. As amostras de leites fermentados analisadas apresentaram contagens superiores a 107 UFC.g-1 e as cepas encontradas foram: Actinomyces israelli, Actinomyces naeslundii, Lactobacillus acidophylus/jensenii, Bifidobacterium spp 2, Lactococcus lactis ssp lactis 2 e Lactobacillus paracasei ssp paracasei 1. As cepas Bifidobacterium spp 2 e Lactobacillus paracasei ssp paracasei 1 foram resistentes a todas as concentrações de cloreto de sódio, nitrito e nitrato, e ao pH de 3,0 durante 3 horas e 6 horas. O L. paracasei ssp paracasei 1 apresentou contagens inferiores a 106 UFC.mL-1 em pH 2,0, com 5,63 Log UFC.mL-1 em 3 horas de incubação e 3,79 Log UFC.mL-1 em 6 horas. A cepa de Bifidobacterium spp 2 perdeu sua viabilidade probiótica após a exposição de 6 horas nos pH de 2,0 e 2,5, apresentando redução de 9,4 Log UFC.mL-1 para 3,67 e 4,18 Log UFC.mL-1, respectivamente. As cepas analisadas apresentaram resistência aos sais biliares, permanecendo em estado viável após 4 horas de exposição à 0,3% de sais biliares. A multiplicação em meio de cultura com plasma suíno alcançou níveis de 5,52 Log UFC.mL-1 a 8,58 Log UFC.mL-1 e densidade óptica de 0,14 a 0,882, em 27 horas de fermentação. Os parâmetros físico-químicos finais estavam todos de acordo com os padrões de pH e atividade de água, conforme as normas de segurança do produto. Com relação às características sensoriais, as cepas isoladas apresentaram notas estatisticamente iguais e/ou superiores às comerciais e os salames probióticos apresentaram células em estado viável durante 30 dias de armazenamento.

ASSUNTO(S)

culturas starters swine plasma probióticos plasma suíno starter cultures salame probiotics salamis ciencia e tecnologia de alimentos

Documentos Relacionados