Efeitos do turno fixo sobre a saúde mental em operadores de petróleo :um estudo de caso em dois ativos produção da Petrobrás

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Um conjunto de mudanças vem sendo implementado na Petrobrás, visando tornar suas Unidades de Negócio mais modernas e competitivas para atender às novas demandas de mercado. Dentro dessa perspectiva, um novo regime de trabalho, denominado turno fixo, foi implantado em dois Ativos Produção do Estado do Rio Grande do Norte. Tal situação, originou várias queixas dos petroleiros e, em decorrência, o interesse do SINDIPETRO-RN em obter uma avaliação mais precisa das conseqüências do mesmo. Esta pesquisa, realizada a partir da demanda sindical desses trabalhadores, teve como objetivo central analisar os efeitos do turno fixo sobre a saúde mental dos operadores de produção, atualmente lotados nos referidos Ativos. A pesquisa envolveu 39 operadores, o que corresponde a 82,9% da população alvo de pesquisa. A amostra foi homogênea quanto ao gênero, grau de instrução, idade e tempo de serviço na Companhia, o que possibilitou um maior controle das variáveis e um estudo comparativo entre os dois Ativos. Para o desenvolvimento do estudo, aplicaram-se os seguintes instrumentos de coleta de dados: uma escala de medida testada e validada (QSG-12), um questionário aberto, entrevistas individuais e uma ficha sócio-demográfica. As respostas ao questionário aberto foram categorizadas mediante a aplicação de análise de conteúdo. Os resultados desse tratamento e as respostas ao QSG-12 foram registrados na forma de banco de dados do SPSS for Windows (Statistical Package for Social Science for Windows) para em seguida se proceder com o desenvolvimento das análises estatísticas. Os principais resultados encontrados no estudo foram que metade dos participantes da amostra apresentaram escores em deterioração da Auto-Eficácia acima de 1,44 (numa escala de 0 a 3) e, em Tensão Emocional e Depressão, acima de 1,67; a maioria percebe aumento de carga de trabalho, revela acentuado sofrimento com o distanciamento da família e 58,8% apresenta enfermidades psicossomáticas crônicas. A percepção dos operadores sobre o turno fixo e a análise desta, conforme o modelo vitamínico de Warr, conduz a concluir que o turno fixo é um dos fatores que está influindo negativamente na saúde mental desses trabalhadores

ASSUNTO(S)

turno fixo trabajo trabalho turno fijo saúde mental psicologia salud mental

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