Efeitos de fatores sociodemográficos, clínico-profiláticos e terapêuticos na sobrevida de pacientes com aids acompanhados em uma unidade ambulatorial brasileira

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Epidemiologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-09

RESUMO

O programa Brasileiro de DST/AIDS oferece acesso livre e universal à terapia anti-retroviral. Este estudo investiga a influência dos fatores sociodemográficos, clínico-profiláticos e terapêuticos na sobrevida, após o diagnóstico de AIDS, em uma coorte aberta de 1.420 pacientes atendida em hospital universitário na Cidade do Rio de Janeiro (1995-2002). Kaplan-Meier e modelo de risco proporcional de Cox foram usados para estimar os efeitos das variáveis nas três dimensões estudadas. O tempo de sobrevida global no quartil superior foi de 24 meses (IC95%= 20,5-27,5), aumentando de 14 meses, em 1995, para 46 meses, em 1998. Encontrou-se um efeito protetor do comportamento heterossexual contra o risco de morte que pode ser atribuído à proporção crescente de mulheres na coorte, que coincide com a introdução da terapia. Baixa escolaridade, admissão hospitalar e ausência de seguimento nas consultas foram fatores de risco, enquanto a profilaxia para PCP e para toxoplasmose foram protetoras. O número de tentativas requeridas para consolidar a terapia anti-retroviral mostrou não ter efeito significativo na sobrevida. O modelo completo, incluído o número de drogas anti-retrovirais do esquema, confirmou a tripla terapia como o melhor esquema. Este estudo traz importantes informações para definir orientações que lidem com diferentes aspectos relacionados com o manuseio prático de pacientes e seus comportamentos, desta forma contribuindo para o sucesso do livre acesso à terapia anti-retroviral no controle da AIDS.

ASSUNTO(S)

estudos epidemiológicos estudos de coortes modelos de riscos proporcionais métodos não paramétricos análise de sobrevivência agentes anti-hiv evolução fatal taxa de sobrevivência mortalidade hospitalar brasil

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