EFEITOS DE DIFERENTES TRATAMENTOS COM ATORVASTATINA SOBRE AS CONVULSÕES INDUZIDAS POR PENTILENOTETRAZOL / Differential effects of atorvastatin treatment and withdrawal on pentylenetetrazol-induced seizures

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/08/2011

RESUMO

As estatinas são fármacos inibidores da enzima 3-hidroxi-3-metil-glutaril coenzima A (HMG-CoA) redutase, enzima marca passo na rota de biossíntese do colesterol. Vários trabalhos têm mostrado que as estatinas, particularmente a atorvastatina, são neuroprotetoras em diversas condições, incluindo isquemia, acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico e exposição a aminoácidos excitatórios. No entanto, poucos estudos têm investigado se as estatinas possuem alguma efeito sobre crises convulsivas. Neste trabalho foi investigado se a atorvastatina ou a sinvastatina alteram as convulsões induzidas por pentilenotetrazol (PTZ), um agente convulsivante clássico, antagonista GABAA. O tratamento de ratos Wistar machos adultos com atorvastatina por via oral durante sete dias (10 mg/kg/dia) aumentou a latência para crises generalizadas induzidas por PTZ (60 mg/kg). Em contraste, o tratamento com atorvastatina durante sete dias (10 mg/kg/dia) diminuiu a latência para convulsões clônicas e generalizadas induzidas por PTZ 24 horas após o término do tratamento (retirada do tratamento com atorvastatina). Tais efeitos não foram vistos com tratamentos similares utilizando sinvastatina. Além disso, o tratamento agudo com sinvastatina ou atorvastatina (10 mg/kg) 30 minutos antes da administração de PTZ não alterou as convulsões induzidas por este agente convulsivante. Curiosamente, a modulação das convulsões por atorvastatina não foi acompanhada de alterações nos níveis de colesterol plasmático ou do córtex cerebral nem na permeabilidade da barreira hemato-encefálica. Os níveis de atorvastatina no plasma e no córtex após sete dias de tratamento estavam acima do IC50 para a inibição da HMG-CoA redutase, enquanto que a atorvastatina não foi detectada tanto no plasma quanto no córtex após 24 horas do término do tratamento. Concluí-se que o tratamento com atorvastatina e a cessação abrupta desse tratamento modulam de maneira diferente as convulsões induzidas por PTZ. Além disso, concluí-se que tais efeitos não estão relacionados com mudanças no colesterol plasmático e do córtex cerebral ou na permeabilidade da barreira hemato-encefálica (BHE). Estudos adicionais são necessários para avaliar os mecanismos moleculares subjacentes a estas descobertas, bem como suas implicações clínicas.

ASSUNTO(S)

epilepsia eeg colesterol estatinas bioquimica cholesterol statin eeg epilepsy

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