Efeitos a curto e longo prazo do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico com uso de cones vaginais para mulheres no período pós-menopausal com incontinência urinária de esforço: estudo randomizado controlado

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

O tratamento conservador é indicado pela Sociedade Internacional de Continência como primeira opção de tratamento para mulheres com incontinência urinária de esforço (IUE). Apesar de sua grande aplicação clínica, não existem evidências suficientes para a indicação do uso dos cones vaginais no tratamento desta disfunção quando comparado a outras modalidades terapêuticas. Diante disso, o presente estudo buscou investigar os efeitos a curto e longo prazo do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico com uso dos cones vaginais quando comparado ao fortalecimento sem esse dispositivo e a ausência de tratamento em mulheres no período pós-menopausal com IUE. Para tanto, 45 voluntárias foram divididas aleatoriamente em três grupos: grupo de fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico com uso de cones vaginais (GCone), n=15; grupo de fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico sem uso de cones vaginais (GF) n=15; e grupo controle (GC), n=15. O tratamento foi realizado em duas sessões semanais, com duração média de 40 minutos, por seis semanas. As voluntárias foram avaliadas antes e depois do tratamento, e um ano após o término quanto aos desfechos primários (perda urinária e a pressão de contração da musculatura do assoalho pélvico) e secundários (qualidade de vida, satisfação com o tratamento e continuidade dos exercícios de fortalecimento). Foi verificada uma redução significativa da perda urinária após o tratamento (p<0,01), que se manteve após um ano em ambos os grupos. Quanto à pressão de contração, foi verificado um aumento significativo nos grupos tratados nas avaliações realizadas após o tratamento (p<0,01). No entanto, foi observada uma redução da pressão de contração quando comparado os valores após o tratamento e um ano após o término para o GCone (p=0,035) e GF (p=0,005). Para os desfechos primários não foram observadas diferenças entre os grupos tratados e estes apresentaram resultados estatisticamente superiores ao GC. Quando comparados os valores das avaliações finais e inicial foi observada melhora da qualidade de vida para os domínios impacto da incontinência urinária, limitações de atividades de vida diária, físicas e sociais, emoções e medidas de gravidade (p<0,01) para os grupos tratados. Após um ano do término do tratamento, 12/14 (80%) voluntárias do GCone e 11/13 (84,6%) do GF declararam-se satisfeitas com o tratamento recebido. Além disso, 8/15 (53,3%) voluntárias do GCone e 7/13 (53,8%) voluntárias do GF declaram persistir realizando exercícios em casa sem o uso de qualquer dispositivo. Conclui-se que o fortalecimento com e sem o uso dos cones vaginais promove resultados positivos quanto à perda urinária, pressão da musculatura do assoalho pélvico e qualidade de vida em mulheres após a menopausa. No entanto, um ano após o término houve uma redução da pressão de contração, sem o aumento da perda urinária.

ASSUNTO(S)

fisioterapia saúde da mulher assoalho pélvico incontinência urinária de esforço pós-menopausa fisioterapia e terapia ocupacional pelvic floor stress urinary incontinence postmenopause.

Documentos Relacionados