Efeito tóxico de Stryphnodendron polyphyllum (Fabaceae) para as abelhasApis mellifera, Tetragonisca angustula, Scaptotrigona aff. depilis e Nannotrigona testaceicornis (Apidae) / Toxic effect of Stryphnodendron polyphyllum (Fabaceae) for the bees Apis mellifera, Tetragonisca angustula, Scaptotrigona aff. depilis and Nannotrigona testaceicornis (Apidae)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/07/2012

RESUMO

SILVA, I. C. Efeito tóxico de Stryphnodendron polyphyllum (Fabaceae) para as abelhas Apis mellifera, Tetragonisca angustula, Scaptotrigona aff. depilis e Nannotrigona testaceicornis (Apidae). 2012. 101 f. Tese de Doutorado - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2012. No Brasil, estudos realizados sobre o pólen de Stryphnodendron polyphyllum (barbatimão) mostraram um efeito tóxico quando incorporado em dietas oferecidas para larvas de abelhas africanizadas. Esse pólen é o agente causador da Cria Ensacada Brasileira (CEB), caracterizada por mortalidade de pré-pupas. Doenças em Apis mellifera tem sido amplamente estudadas. Entretanto, há poucos relatos sobre a sua ocorrência em abelhas sem ferrão. Portanto, este trabalho teve por objetivos gerais: avaliar se abelhas africanizadas apresentam diferenças na sobrevivência, na quantidade de pólen de barbatimão coletado e se existem diferenças na coleta desse pólen entre as colônias de apiários diferentes; verificar se as abelhas Scaptotrigona aff. depilis, Tetragonisca angustula e Nannotrigona testaceicornis coletam esse pólen e se ele causa mortalidade de crias; subsequentemente realizar a criação in vitro de larvas de A. mellifera, S. aff. depilis, T. angustula e N. testaceicornis para avaliar a toxicidade desse pólen para as crias. Para isso, colônias de A. mellifera, S. aff. depilis, T. angustula e N. testaceicornis foram transportadas para apiários localizados em Altinópolis/SP, durante o período de florescimento do barbatimão (outubro a dezembro). Nas colônias de abelhas africanizadas foi coletado o pólen do favo e avaliado a sobrevivência das crias com idade controlada. Nas abelhas sem ferrão foi coletado o pólen da corbícula e do interior das colméias. As amostras de pólen foram preparadas pelo método padrão européu, sendo contados 300 grãos de pólen em três lâminas diferentes para verificar a porcentagem de grãos de pólen de barbatimão. As abelhas africanizadas apresentam diferenças na coleta de pólen dentro e entre apiários; apenas três colônias não coletaram e uma coletou pouco pólen de barbatimão, entre 92 colônias analisadas. As crias dessas colônias não apresentaram sintomas da CEB. As rainhas filhas dessas colônias foram inseminadas instrumentalmente e fecundadas naturalmente. As colônias contendo essas rainhas foram analisadas em 2011 juntamente com as matrizes; houve diferenças nas sobrevivências, dependendo da localização do apiário. Foram encontradas diferenças na preferência de coleta do pólen de barbatimão. Os resultados obtidos poderão contribuir para que novas pesquisas sejam realizadas com o objetivo de compreender o mecanismo de baixa preferência para a coleta do pólen e para que programas de seleção sejam realizados visando reduzir os problemas causados por este pólen tóxico. Nas abelhas sem ferrão encontramos o pólen de barbatimão nos potes de alimento e nas corbículas. Algumas crias mortas foram encontradas nas células dos favos durante o mesmo período em que foi observado a mortalidade em abelhas africanizadas com sintomas da CEB. Os resultados sugerem que a mortalidade observada pode ser devida ao consumo desse pólen. As larvas das abelhas sem ferrão foram criadas in vitro e alimentadas com o alimento larval contendo diferentes quantidades de pólen de barbatimão. A sobrevivência de S. aff. depilis e N. testaceicornis não foi afetada quando ingeriram o alimento contendo o pólen de barbatimão, porém para T. angustula a sobrevivência foi significativamente maior quando as larvas receberam apenas o alimento larval (controle) em comparação com aquelas alimentadas com o alimento contendo 1% do pólen de barbatimão. As larvas de A. mellifera também foram criadas in vitro e alimentadas com dietas contendo 1, 2 e 3% do pólen de barbatimão. Todas as larvas alimentadas com o polen de barbatimão morreram com os sintomas semelhantes aos observados em condições naturais. De acordo com os resultados obtidos concluímos que essas abelhas sem ferrão são fisiologicamente mais resistentes a este pólen tóxico.

ASSUNTO(S)

abelhas sem ferrão apis mellifera apis mellifera barbatimão barbatimão stingless bees

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