Efeito do treinamento muscular excêntrico associado ao treinamento da flexibilidade nas propriedades musculotendíneas e na força muscular

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Os estudos que investigaram os efeitos crônicos do treinamento de força e flexibilidade empregaram ações isométricas ou concêntricas associadas às ações excêntricas. Sabendo-se que as adaptações ao treinamento de força dependem do tipo de ação muscular empregada e que o treinamento de força excêntrica tem sido considerado como um fator que pode aumentar o desempenho de flexibilidade, o objetivo deste estudo foi analisar os efeitos de 6 semanas de treinamento da força muscular excêntrica em diferentes amplitudes de movimento, associado ou não ao treinamento de flexibilidade dos músculos posteriores da coxa, em parâmetros de avaliação da força muscular e da flexibilidade. A amostra foi composta por 36 voluntários do sexo masculino distribuídos aleatoriamente em 3 grupos, controle (CON), excêntrica com amplitude de movimento completa (EC) e excêntrica com amplitude de movimento parcial (EP). Cada membro inferior dos voluntários dos grupos experimentais foi submetido a um determinado treinamento resultando então em 4 subgrupos: EP, excêntrica com amplitude de movimento parcial; EP_F, excêntrica com amplitude de movimento parcial e treinamento de flexibilidade; EC, excêntrica com amplitude de movimento completa; EC_F excêntrica com amplitude de movimento completa e treinamento de flexibilidade. Antes e depois do período de treinamento foram avaliados diferentes parâmetros da força muscular e da flexibilidade dos músculos posteriores da coxa. Após seis semanas de treinamento foram observadas alterações significativas na maioria das variáveis investigadas, com exceção da rigidez passiva e energia. A ADM máx, o TP máx, a PSD_ADM e PSD_TP aumentaram significativamente para os subgrupos EP_F e EC_F. O mesmo não ocorreu para os subgrupos EP e EC. Entre esses, apenas o subgrupo EC aumentou significativamente a ADM máx e a PSD_TP, enquanto o subgrupo EP não apresentou nenhuma diferença nas variáveis investigadas. Os subgrupos EC e EC_F aumentaram significativamente a ADM máx sendo que o aumento apresentado pelo subgrupo EC_F (29%) foi significativamente maior que o alcançado pelo EC (13%). Em relação aos subgrupos EP e EP_F fica claro que o treinamento de flexibilidade foi o fator responsável pelas diferenças observadas entre esses subgrupos, uma vez que o subgrupo EP não apresentou alteração significativa em nenhuma das variáveis investigadas. Os resultados demonstram que a melhora na ADM máx para os subgrupos que treinaram flexibilidade pode estar relacionada com o aumento da tolerância ao alongamento e não às alterações nas propriedades viscoelásticas da unidade músculo-tendão. Uma explicação para o aumento da ADM máx para o subgrupo EC permanece em aberto, uma vez que a variável TP máx não se alterou para esse subgrupo. Foi verificado um aumento significativo no desempenho do teste de 1RM para os grupos EP e EC, assim como, no teste de CVM para os subgrupos EP_F, EC e EC_F. Não ocorreram alterações significativas na integral do sinal eletromiográfico para nenhum subgrupo. Ao final deste estudo é possível concluir que o treinamento de flexibilidade provocou alterações significativas na maioria das variáveis relacionadas sem influenciar negativamente o aumento da força muscular. O treinamento de força excêntrica com diferentes ADM resultou em respostas distintas nas variáveis relativas à flexibilidade.

ASSUNTO(S)

contração muscular teses. musculação teses. exercícios físicos teses. educação física teses.

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