Efeito de um protocolo de fadiga concêntrico X execêntrico na resposta eletromigráfica no torque dos extensores e flexores do joelho de jogadores de futebol

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O futebol é um esporte praticado no mundo inteiro. Na sua prática profissional e amadora, este esporte está associado a diversos tipos de lesões que atingem o sistema musculoesquelético prevalentemente. Muitas destas lesões estão associadas à fadiga neuromuscular e aos movimentos explosivos realizados no terço final de cada meio tempo de jogo. A fadiga prejudica o desempenho muscular dos jogadores de futebol durante uma partida, pois ela caracteriza o declínio do desempenho muscular durante o exercício. Há uma falha para manter um nível desejado de rendimento durante a atividade, seja ela repetitiva ou sustentada. Os mecanismos que determinam a fadiga neuromuscular ainda não são bem conhecidos, sabe-se que esse processo pode ser influenciado por uma série de fatores, como: motivação, ativação do comando central, intensidade e duração da atividade, velocidade de contração e o tipo de contração (concêntrico, isométrico, excêntrico). A eletromiografia com a análise da MDF e do sinal RMS juntamente com o torque, são índices que vem sendo utilizados como instrumento para tentar explicar os efeitos da fadiga neuromuscular. Em função disso, o presente estudo teve como objetivo comparar os componentes neural e periférico da fadiga utilizando a avaliação dos índices torque, root mean square (RMS) e freqüência mediana (MDF) da musculatura extensora (EXT) e flexora (FLEX) do joelho entre um grupo de jogadores de futebol que realizou um protocolo de fadiga isocinético concêntrico (CON) (n=10) e outro grupo de jogadores de futebol que realizou um protocolo de fadiga isocinético excêntrico (EXC) (n=11). O pico de torque dos músculos extensores e flexores foi avaliado durante um protocolo de fadiga excêntrico ou concêntrico composto de 10 séries de 10 repetições máximas na velocidade de 90°/s. Na mesma velocidade foi avaliada a ativação elétrica dos músculos VL, VM, RF e BF, através da eletromiografia de superfície. A diferença relativa da eletromiografia e do torque foi calculada a partir do valor da primeira série subtraído da série final e dividido pelo valor da primeira série do protocolo. As razões de eficiência muscular foram calculadas para o momento final e inicial do protocolo a partir da média da musculatura extensora divida pelo valor do pico de torque. Os valores de torque. MDF, RMS, torque, eficiência muscular foram comparados para os dois grupos. O grupo CON apresentou redução da MDF nos músculos RF (p= 0,005) e VL (p= 0,006). No grupo EXC não houve diferença entre os momentos (início e final do protocolo de fadiga) (p>0,05). Os valores de MDF na diferença entre o início e final do protocolo de fadiga, apresentam uma redução significativa dos músculos VL (0, 039) e VM (0,003) no protocolo CON. Os valores de EMG não apresentaram diferença entre os grupos (p>0,005).O torque EXC foi superior (p< 0,001) ao torque CON tanto na primeira quanto na última série para ambos grupos musculares (EXTs e FLXs). Além disso, ocorreu uma redução do torque absoluto da primeira (CON: EXT, p= 0,001/ FLX, p= 0,001) (EXC: EXT, p= 0,004/ FLX, p= 0,004) para a décima CON: EXT, p= 0,001/ FLX, p= 0,001) (EXC: EXT, p= 0,004/ FLX, p= 0,004) série nos dois protocolos e nos dois grupos musculares. Na análise relativa do torque foi encontrada redução maior no grupo CON somente para o grupo muscular EXT (p=0,003). A eficiência neuromuscular (ENM) foi maior no protocolo EXC comparada a do protocolo CON tanto para o momento inicial (p< 0,001) quanto para o momento final (p< 0,001) do protocolo. Houve diminuição na comparação da ENM dos momentos (inicial e final do protocolo de fadiga) para o grupo CON (p= 0,002). Não houve diferença nos momentos (inicial e final) no grupo EXC. Estes resultados mostram que os protocolos de fadiga EXC dos músculos EXTs do joelho apresentam menor redução na capacidade de produção de força, menor redução na MDF e maior ENM comparados a protocolos CON de fadiga.

ASSUNTO(S)

fatigue futebol eccentric eletromiografia concentric torque electromyography median frequency root mean square

Documentos Relacionados