Efeito da suplementação de vitamina E, vitamina C e zinco no estresse oxidativo e no tempo de reepitelização em pacientes pediátricos queimados
AUTOR(ES)
Eliana Barbosa
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
Nas queimaduras, uma resposta pro inflamatória de fase aguda aumentada e prolongada está relacionada ao aumento da produção de radicais livres, os quais associados com a diminuição das defesas antioxidantes podem gerar estresse oxidativo (EO), interferindo no estado metabólico do paciente. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o efeito da suplementação de vitamina E (acetato dl-a-tocoferol - 1,3 UL), vitamina C (1,5 UL) e zinco (2x RDA) no EO e no tempo de reepitelização (TR) de pacientes pediátricos queimados, diante do sinergismo de ambos neste processo. A duração da suplementação foi de 7 dias, colhendo-se os exames antes e após a intervenção. Foram investigados 32 pacientes que internaram na Unidade de Queimados do Hospital Infantil Joana de Gusmão, sendo 15 no grupo controle (GC) com suplementação de placebo e 17 no grupo estudo (GE) com suplementação de vitamina E, C e zinco. Os dados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS, versão 13.0, adotando-se o nível de significância de p<0,05. A média de superfície corporal queimada foi de 16% para o GC e de 15% para o GE, com predominância do sexo masculino e de eutrofia, e sendo a média da idade de 54 meses para ambos os grupos. Houve diferença significativa, em relação ao % do consumo alimentar planejado somado ao suplemento, para os três micronutrientes entre os grupos. O TR foi significativamente menor para o GE. Na diferença entre as dosagens final e inicial do estado nutricional e avaliação clínica, observou-se diferença significante apenas para a contagem total de linfócitos. Na análise dos dados referentes à avaliação dos antioxidantes e do EO, observou-se um aumento significante da concentração sérica da vitamina E no GE; os níveis séricos da vitamina C e capacidade antioxidante total diminuíram em ambos os grupos, sendo mais acentuada no GC; o zinco aumentou em ambos os grupos sem diferença estatística; e o malondialdeído apresentou-se com uma diferença estatisticamente menor do aumento de suas concentrações séricas no GE. Não houve mortalidade ou agravamento das condições clínicas dos pacientes de ambos os grupos. Em adição, apesar de não significante, o tempo de hospitalização, número e dias de antibióticos/paciente foram inferiores para o grupo estudo, apesar da maior ocorrência do número de enxertos/paciente para estas mesmas crianças. Embora os resultados com a utilização de suplementos antioxidantes combinados tenham sido promissor, outros estudos bem controlados com pacientes queimados necessitam ser realizados para obtenção de evidências sólidas de sua eficácia.
ASSUNTO(S)
queimaduras suplementação alimentar - efeitos fisiológicos estresse oxidativo antioxidantes nutricao radicais livres
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