Avaliação da intervenção nutricional com vitaminas E e C, e o mineral zinco no estresse oxidativo de pacientes com hepatite C em tratamento com interferon associado à ribavirina
AUTOR(ES)
Mirelle Sifroni Farias
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
As hepatites virais apresentam distribuição universal e magnitude variável de acordo com as regiões dos distintos países. A WHO estima que em torno de 3% da população mundial esteja infectada pelo vírus da hepatite C (VHC). Os mecanismos pelos quais o vírus da hepatite C causa dano celular ainda não são bem compreendidos, incluindo dano hepático imunológico, dano diretamente citotóxico mediado por diferentes produtos virais, bem como estresse oxidativo, têm sido sugeridos na patogênese da hepatite C crônica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o status antioxidante no sangue de pacientes com hepatite C sem tratamento (Grupo II) e em tratamento com interferon peguilado associado à ribavirina (Grupo III) comparados a indivíduos saudáveis (Grupo I), antes e após suplementação antioxidante durante 6 meses (vitaminas E 800 mg/dia e C 500 mg/dia, e o mineral Zn 40 mg/dia). Foram examinadas as atividades das enzimas antioxidantes catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase (GPx), glutationa redutase (GR) e glutationa S-transferase (GST), e as defesas antioxidantes não-enzimáticas, como os conteúdos de glutationa reduzida (GSH), vitamina E e o mineral Zn. Foram dosados também os marcadores de dano, como a lipoperoxidação (níveis de TBARS), proteína carbonilada (PC), atividades da gama-glutamiltransferase (GGT), da alanina aminotransferase (ALT), da aspartato aminotransferase (AST) e da fosfatase alcalina (ALP). Foram avaliadas ainda a atividade da mieloperoxidase (MPO) e a concentração de ferro (Fe) eritrocitário. Os resultados das análises dos biomarcadores enzimáticos de estresse oxidativo mostraram muitas alterações entre os três grupos avaliados. Nas determinações iniciais, observou-se aumento da atividade de algumas enzimas (CAT, SOD, MPO, ALT) e depleção da concentração de GSH e vitamina E em pacientes com hepatite C sem tratamento (Grupo II). Foram observados aumentos na atividade enzimática da CAT, GST e GR, na concentração de PC, bem como depleção dos conteúdos de GSH em pacientes com hepatite C em tratamento com interferon peguilado associado à ribavirina (Grupo III), tanto quando comparados ao controle negativo (banco de sangue-Grupo I), como quando comparados ao grupo II, sugerindo ação pró-oxidante do interferon e/ou da ribavirina. Após a suplementação antioxidante, observou-se diminuição das atividades enzimáticas, da CAT, GST e GR e vitamina E, além dos níveis de zinco e ferro em pacientes do grupo II. Por outro lado, a suplementação antioxidante no grupo III permitiu melhorar o poder redutor destes pacientes, aumentar os níveis de GSH, provavelmente a expensas da vitamina E, a qual apresentou níveis diminuídos, assim como os níveis de PC, ferro e zinco. Em suma, pacientes com VHC sem tratamento são passíveis de dano oxidativo enquanto que pacientes tratados com interferon e/ou ribavirina aparentemente apresentaram dano oxidativos aumentados e observou-se que suplementação antioxidante melhorou esta condição.
ASSUNTO(S)
antioxidantes hepatite c zinco vitamina e farmacia vitamina c estresse oxidativo
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